Jovem teria sido espancado

A violência praticada por jovens reunidos em grupos, o que há algum tempo rendeu a matéria Gangues em Brusque, elaborada pela Rádio Cidade e que gerou repercussão estadual, teria feito mais uma vítima no fim de noite de sábado (16 de agosto) e início de madrugada de domingo (17). Motivo de contestação sobre sua existência por parte de muitos, mas confirmada por outros, a existência de tais grupos parece ficar evidenciada com o fato ao qual relatou uma das vítimas.
Era pra ser apenas uma noite de festa para Fabrício de Oliveira (18) que, junto de seu irmão e mais dois colegas, foram a uma casa noturna localizada na região central de Brusque. Porém, os planos de diversão foram desfeitos com o ato de covardia de 20 jovens da chamada gangue WS. O cara veio me tirar, mas eu não fiz nada. Porque você sabe que não vai ter chance contra 20. Eu não quero confusão. Me bateram lá dentro. Nem o segurança deu conta dos caras, relata Oliveira.
A vítima, a seguir, relata que achou errada a atitude dos seguranças que, num ato de possível despreparo, colocou todos para fora, vítima e agressores. Lá, a pancadaria continuou. Como é que eu vou para casa com 20 atrás de mim? Meu, apanhei demais cara. Sinceramente, não sei nem como estou vivo, porque apanhei muito. Levei muito soco, minha cabeça está doendo ainda, afirma.
Fabrício não quis se esconder na segurança do anonimato e relatou, por meio de entrevista, que vai tomar as devidas providências. Não vou deixar quieto. Já fui à delegacia duas vezes, fiz o boletim de ocorrência, fiz o corpo de delito também. Não vou deixar quieto. Não é a primeira vez que esses caras vêm arrumar confusão. Eles acham que são donos do Centro. Eles são a famosa WS. Estão ali só pra arrumar confusão. Eu só quero segurança. Agora eu não vou poder sair por aí por causa desses trombadinhas? Desses bandidos?, pontua Fabrício, revoltado.
A brutalidade foi tamanha, segundo o jovem, que até mesmo quatro integrantes da WS chegaram a tentar o defender. Eles viram que não existe motivo pra briga. Tentaram defender a gente, mas não conseguiram. Eles acham que mandam em tudo. Eu não estou errado em nenhum momento, tenho certeza. Não arrumei briga, nem confusão, esbraveja Fabrício de Oliveira.
Em conversa informal, ele ainda relatou que se não fosse a chegada de pessoas para apaziguar os ânimos do bando, os agressores teriam o jogado no Rio Itajaí Mirim. Quando os pais de um dos colegas da vítima foram buscá-los, o grupo, não contente com todos os ferimentos causados no jovem, ainda chutou o carro da família, amassando a porta e o pára brisas.
O que diz a Polícia Militar
De acordo com o soldado PM Guilherme Sedrez, responsável pelo policiamento escolar de aproximação, na noite em que houve a briga, duas guarnições policiais estiveram no estabelecimento onde ocorreu o espancamento. Porém, a vítima, para evitar o pior, já havia fugido. Fizemos uma revista aos menores e não foi encontrado nada. Não tendo vítima, o trabalho da PM fica amarrado. Se não há vítima, não há crime, ressalta Sedrez.
Na segunda-feira passada (18), o pai de um colega de Fabrício, que foi buscar o filho e os outros garotos após o ato, entrou em contato com o policial, confirmando toda a situação já relatada até agora, nesta reportagem. Falou que além do rapaz ter sido espancado, eles bateram e quebraram o carro dele, ameaçaram ele, ameaçaram o filho dele, quebraram o limpador de pára brisas, uma parte da maçaneta do carro, que nem é dele e sim da filha dele, explicou o PM.
Os nomes da maioria dos envolvidos foram entregue para o PM que, em posse de tais identificações, foi até a casa dos rapazes para conversar com suas famílias. Porém, nenhum dos envolvidos na agressão estava em casa. Sedrez continua com o trabalho de acompanhamento de jovens envolvidos nestes casos de agressão, principalmente os que estão reunidos nestes grupos.
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POLICIAL SEDREZ


