(Vídeo) Mãe relata dificuldade no acesso a leite especial para filho alérgico
Juliana Assi Ardigo, moradora do Primeiro de Maio, viveu momentos de desespero e incerteza para alimentar o filho prematuro. Francisco, de quatro meses, foi diagnosticado com uma alergia à proteína do leite, exigindo o uso de uma versão especial. Entre os primeiros sintomas e diagnóstico, foram cerca de 20 dias. Além disso, a dificuldade de acessar o item via sistema público colaborou a aumentar o período de angústia da família.
“Até então ele vinha se desenvolvendo muito bem. A gente começou a perceber que ele estava brigando muito para tomar o leite, não queria, chorava. De 20 dias para cá, ele não queria mamadeira de jeito nenhum”, relata a mãe.
A versão sem a proteína do leite também está disponível para venda em lojas especializadas. O problema é o custo estimado de R$ 230 por lata. Cada uma, segundo a projeção para a idade de Francisco, consegue fazer a alimentação da criança por cerca de uma semana. O custo, segundo a mãe, se torna inviável para a família.
Antes de conseguir diagnosticar a alergia do filho, Juliana buscou o atendimento na Unidade Básica de Saúde (UBS) da rua Nova Trento. Sem a disponibilidade de um profissional especializado, há cerca de duas semanas, ela buscou uma especialista na cidade de Balneário Camboriú.
A criança sofreu irritações na garganta, estômago e intestino. “Eu não sabia mais o que fazer, ele não comia, só chorava. Era ‘toda a vida’ aos gritos e você fica desesperada ao ver uma criança que você sabe que está com fome, vê que está com dor e não come, é difícil”, relata.
Dificuldade de acesso
Com o diagnóstico e indicações médicas, Juliana buscou a Policlínica para conseguir o encaminhamento e retirar o leite indicado, via rede pública. Após consultar com um pediatra, foi indicado para a mãe a necessidade de passar, ainda, por um nutricionista. “Eu fico indignada com a burocracia que é isso”.
Os prazos apresentados para a mãe conseguir a consulta também acenderam um alerta. Atualmente, conforme nota encaminhada pela Secretaria de Saúde, a nutricionista da rede está afastada por conta do período de gestação. Já foi feito o chamamento de uma substituta, que deve começar a trabalhar em março.
O leite é garantido por lei, ainda segundo a nota, desde junho de 2011, sendo exigida a consulta feita por meio da rede municipal. Em média, 94 latas do produto são dispensadas por mês, em Brusque. Em atualização feita nesta quinta-feira (17), a Secretaria de Saúde indicou que, após ajustes internos, a possibilidade da mãe fazer a retirada do leite na próxima quarta-feira.
Confira a nota na íntegra:
A Secretaria de Saúde, por meio da direção de Atenção Farmacêutica, esclarece que a solicitação veio de forma particular, mas em conformidade com o Decreto n° 7508 de 28 de junho de 2011, para ter acesso ao leite, via Sistema Único de Saúde, o paciente obrigatoriamente precisa consultar na Rede Municipal.
Atualmente a nutricionista da Rede está gestante, e afastada. Uma substituta foi chamada, mas ainda não iniciou os trabalhos. Devido a essas condições, a paciente precisará passar pelo médico pediatra que fará o encaminhamento via SUS.
Posicionamento final sobre a situação.
A Secretaria de Saúde informa que realizou um ajuste interno e a paciente poderá vir retirar o leite, na quarta (23), na Policlínica. Onde também será orientada em relação às situações futuras.