Quem subia o morro do observatório na tarde deste domingo (24) e, desavisado, dava“de cara” com algumas pessoas fardadas, de cara pintada, balaclava e “armada até os dentes”, até se assustava. Mas, logo percebia que todo o pessoal de lá era gente do bem e que estavam praticando o esporte que a cada dia reúne novos adeptos em Brusque, no Brasil e no mundo. Trata-se do Airsoft, desporto onde os jogadores simulam ações policiais e militares com armas de pressão que atiram projéteis plásticos não letais, utilizando-se, sempre, de táticas militares.

E a Rádio Cidade acompanhou a tarde de diversão do único time brusquense organizado para a atividade. É o Airsoft Team Brusque (ATB), cujo capitão, Willian Bernard Hoschprung, conversou com a emissora sobre o esporte no município de Brusque. De acordo com ele, o ATB existe há dois anos e meio. No início, eram apenas três jogadores. Agora, já são 25 pessoas. “Começou como uma brincadeira de amigos do Tiro de Guerra. Fomos levando e agora já temos todas essas pessoas, praticando quase todos os finais de semana”, comenta.

Honra é palavra de ordem, segundo Willian. Quando alguém leva um disparo, a pessoa precisa admitir que o levou, para o jogo continuar. O Airsoft foi criado com base no militarismo, por isso, companheirismo e respeito são atributos obrigatórios para quem quiser praticar o jogo de simulação. “Já era praticado como parte de treinamento militar no Japão, na década de 80 e começou a se difundir no Brasil lá pelos anos 2000”, completa o comandante do grupo.

Apesar de todo o lazer e de toda a diversão proporcionada, o esporte é muito levado a sério no momento da prática. O ATB, apesar de já possuir 25 integrantes, ainda está recrutando novos jogadores. “Eles passam por uma fase teste, um treinamento. Iniciam como recruta do time e vão subindo de patente conforme o tempo vai passando. Tem que estar de acordo com o estatuto e com as responsabilidades da equipe”. Para conhecer mais sobre o time, basta adicionar Willian no Facebook ou, então, curtir a página do time na mesma rede social.

Apesar de ser um esporte que aparenta ser caro, o capitão afirmou ter espaço para todos no Airsoft. “É um pouco caro no começo, com a compra da arma e dos equipamentos, mas com o tempo ele torna-se barato, pois, o investimento é com a munição, que é barata”. Os praticantes desembolsam, em média, R$ 1800, para iniciarem na modalidade. Os de melhores condições chegam a gastar até R$ 20 mil nos equipamentos.

O Airsoft Team Brusque já está se preparando para participar de competições no Paraná e no Rio Grande do Sul. Porém, a hora agora é de treino, pois, para ir aos campeonatos são necessários, no mínimo, 30 integrantes. O time joga quase todos os finais de semana nas ruínas do observatório, no morro às margens da Rodovia Antônio Heil, sempre com ofício enviado e permissão da Polícia Militar. Para praticar o esporte não é necessário ser maior de idade. Porém, se menor, o acompanhamento dos pais é indispensável.