(Vídeo) Acapra buscava lar para cão recolhido no Dom Joaquim há oito meses
Antes de virar notícia, por conta dos ataques a pedestres, na rua Dom Joaquim, o cão, recolhido pela Vigilância Sanitária, já estava na fila de adoção. O animal era acompanhado pela ONG Acapra há cerca de oito meses e as tentativas de conseguir um lar temporário para ele também falharam.
A presidente da ONG, Jéssica Ricardo, atribui a dificuldade de doação a uma barreira cultural . “O problema é que ele é um cachorro ‘básico’, não tem um atrativo para a população e a população ainda pesa muito nessa questão estética”, relata. Exemplifica uma cadela que apareceu no mesmo local, durante o acompanhamento. Mestiça com um cão de raça, ela foi doada rapidamente.
Jéssica afirma que uma voluntária da Acapra fazia o acompanhamento do caso. Na tentativa de tentar um lar temporário para o cão, a ONG chegou a abrir a possibilidade de custear as despesas do animal, enquanto não surgisse uma adoção definitiva.
“A ONG iria arcar com todas despesas, mas ninguém saiu da zona de conforto, ninguém achou nada e o cachorro continuou lá. É fácil você reclamar e não achar uma solução. A ONG vinha monitorando o caso, estava fazendo a sua parte, mas não é só recolher, tem que ser feito com responsabilidade. Se só tiramos ele de lá e levar de forma irresponsável, só vou estar mudando o problema de lugar”, afirma a presidente.
Os ataques, afirma, passaram a ocorrer em resposta à forma como a população passou a lidar com o caso. “O cachorro passou a ficar agressivo porque as pessoas tentaram enxotar ele de lá, brigar com ele, aí se tornou um problema. Até então, ele estava sendo ignorado. Era uma vida sendo ignorada”.
Após recolhido e castrado, novas tentativas de conseguir um lar para o cão serão feitas. Caso não se tenha sucesso, Jéssica afirma que a tendência, pela Acapra, é adotar a mesma medida adotada para um caso nas proximidades da Unifebe e o cão volte para o local, onde continuará recebendo assistência.