Criada comissão para discutir alterações no trânsito
O tema de destaque na sessão de ontem (22) da Câmara Municipal de Brusque foram as alterações no trânsito de parte da cidade. A ação empreendida pela prefeitura, através do Instituto Brusquense de Planejamento e Mobilidade, na segunda-feira (21) completou dois meses. A razão dos discursos, alguns inflamados, foi um requerimento do vereador Eduardo Hoffmann (PDT)
Ele pediu, e teve aprovada a criação de uma Comissão Parlamentar Especial (CPE), formada por vereadores e representantes de entidades civis. O objetivo do grupo é debater o pós mudança no trânsito. "Alguns pequenos ajustes que faltam ser feitos. No entendimento deles (entidades), em conversas já efetuadas com o Executivo, não foram ouvidos e querem um novo espaço", comentou Hoffmann.
Apesar de votar a favor do requerimento, o vereador Ademir Braz de Souza (PMDB) teceu críticas à solicitação de Eduardo Hoffmann. "O requerimento do vereador Hoffman, por si só, já deixa a desejar um pouco, em meu entendimento. Porque, quando se falava na mudança de trânsito foram várias as convocações da comunidade para audiência pública e discutir o assunto. Teve vereador que veio aqui, convocou audiência e não compareceu na mesma", alfinetou ele.
Roberto Prudêncio (PDT) devolveu, também em forma de critica, as palavras de Ademir. Para ele, o governo está com medo de que alguma coisa seja mostrada com o trabalho da Comissão. "Desnecessárias as discussões do trânsito só se for para o senhor (Ademir). Para mim, e para o resto da população brusquense, é necessária sim", devolveu o pedetista em aparte.
O pepista Edson Muller disse que também acha prematuro o pedido de formação da CPE. Para ele, o que precisa ser mudado é a cultura dos motoristas e não os ajustes feitos o trânsito local. "Nós brusquenses estávamos andando há quase 25 anos nas mesmas ruas. Temos que mudar a cultura e isso não se faz da noite para o dia".
Alessandro Simas (PR) defendeu o requerimento. Segundo ele, durante as discussões feitas entre o Ibplam e as entidades civis para a implantação das mudanças, muitas sugestões dadas pelas mesmas não foram sequer ouvidas. "Vimos e acompanhamos várias discussões. Participei de praticamente todas. Na última delas, algumas das pessoas que estavam presentes deram sugestões e o Ibplam entendeu que, tecnicamente, outras eram melhores", disse ele.
Jonas Paegle (DEM) disse que tem ouvido comentários de pacientes, ele é médico, sobre as alterações. Segundo ele, o maior medo das pessoas é sobre a implantação de semáforos ou lombadas que venham a emitir multas. Já Dejair Machado (DEM) frisou que a competência de mudar o trânsito é única e exclusiva do Executivo e a intenção da criação da CPE é para apenas debater se a sociedade está ou não aprovando as mesmas.
O líder do governo, Valmir Ludvig (PT), usou o fato de haver muitas visões diferentes sobre o tipo ideal de mudança para defender o Executivo. Para ele, se cada cidadão ou segmento criar um mapa ideal para a cidade, vai confeccionar de acordo com o que é melhor para si. "O esforço é tentar contemplar o maior número de pessoas possível. Mas, principalmente, defender o direito de todo mundo usar o trânsito".
A formação da CPE foi aprovada por todos os vereadores. Pela proposta, ela será constituída de cinco vereadores, dois representantes da prefeitura, um da Polícia Militar e um representante de cada entidade: Sindilojas, CDL, AciBr, ApeBr e Ceab.


