Cerca de R$ 25 milhões, destinados a ações assistenciais, podem ter sido desviados das contas da Cruz Vermelha brasileira. É o que afirma auditoria encomendada pela Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha (FICV), com sede em Genebra, na Suíça.

As irregularidades apontam desvios de doações feitas para as vítimas de conflitos da seca na Somália, do Tsunami no Japão, das enchentes na região serrana do Rio de Janeiro e para uma campanha de prevenção a Dengue. A entidade informa que o dinheiro da arrecadação de pelo menos três campanhas teria ido parar na conta de uma ONG no Maranhão, o Instituto Interamericano de Desenvolvimento Humano (IIDH), conhecido como “Humanos”.

A organização era presidida pela mãe do ex-vice-presidente da Cruz Vermelha no Brasil, Anderson Marcelo Couchino. Os supostos desvios estão concentrados nas filiais do Maranhão e Ceará, além de Petrópolis, no Rio de Janeiro, entre 2010 e 2012. Em comunicado, a diretoria da instituição informou que o resultado foi entregue ao Ministério da Justiça e que vai ainda protocolar pedido de providências judiciais nos Ministérios Públicos Federal e estaduais.

Além disso, pedirá uma punição aos gestores destas filiais na época em que ocorreram os desvios. Em fevereiro de 2013, a Cruz Vermelha brasileira devia cerca de R$ 90 milhões aos cofres públicos e a antigos funcionários que recorreram à Justiça para receber seus direitos trabalhistas. No Brasil, a instituição divide-se em Cruz Vermelha Nacional e dezenas de filiais estaduais e municipais.