O mês de setembro já está em sua reta final. Por sua vez, as ações do setembro amarelo, em alusão à prevenção do suicídio, também chegam ao fim neste período. No entanto, é preciso falar sobre um assunto que está relacionado ao suicídio e principalmente como uma de suas causas: a depressão, que segundo uma dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil se apresenta como um dos países com os casos mais graves relacionados aos transtornos depressivos e é o oitavo com o maior número de suicídios.
A depressão é uma doença apresentada pela Classificação Internacional de Doenças (CID) como um transtorno de humor em três episódios: depressão leve, moderada e a forma mais grave. “Em todos esses casos, a pessoa sofre de um humor deprimido. Ela perde o interesse de realizar suas atividades diárias, a gente fala que, na verdade, ela perde o interesse da vida e de viver”, explica a psicóloga, Rayanne de Oliveira, ao afirmar que, muitas vezes, por conta da fadiga e o cansaço (sintomas), desperta essa falta de vontade.
Além disso, a patologia também desencadeia outros sintomas, como a redução da capacidade de atenção, distúrbios do sono – insônia ou sonolência, baixa autoestima, sentimento de culpa, pessimismo com relação ao futuro, irritabilidade, inquietude, queixas de dores no corpo, entre outras. “E em casos mais graves, a própria ideia de suicídio. Acontece também de a pessoa cometer atos auto lesivos, de se machucar e fazer algo contra ela mesma”, acrescenta.
As causas da depressão podem estar relacionadas, de acordo com a psicóloga, com acontecimentos marcantes na vida do paciente. “O que mais eu percebo das causas é quando houve uma perda, como o luto, a separação, ou até mesmo ela sofre com alguma doença crônica, uma coisa acaba influenciando outra”, avalia. Sendo que o diagnóstico pode ser feito por um médico psiquiatra ou o próprio psicólogo, que irá avaliar os sintomas e sua intensidade.
Conforme a necessidade de cada paciente, o profissional irá estabelecer diferentes tratamentos, que por meio de medicação ou com terapias. “Os médicos irão utilizar de antidepressivo, o que for melhor para o paciente. E o psicólogo vai trabalhar com terapias, para tentar entender as causas desse comportamento e buscar as origens dessa depressão”, comenta Rayanne.
SETEMBRO AMARELO
Como uma das principais causas do suicídio, a depressão também deve ser tratada e prevenida, assim como o próprio suicídio. Da mesma forma, o setembro amarelo tem a intenção de alertar a população a respeito da realidade do suicídio no Brasil e no mundo e suas formas de prevenção.
Desde o ano de 2014, a campanha acontece no mês de setembro, por meio de identificação de locais públicos e particulares com a cor amarela e ampla divulgação de informações. Ela foi iniciada no Brasil pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).
“De certa forma acaba conscientizando a população e até mesmo passando o conhecimento de doenças como a depressão”, conclui a psicóloga.