Pai afirma que filho sofre com exclusão social pela escola
Nesta sexta-feira (31) esteve no programa Rádio Revista Cidade, da Rádio Cidade, Lourivaldo Silva, pai de Leonardo Silva (18), portador de necessidades especiais. Leonardo é cadeirante, sofre um tipo de distrofia muscular conhecida como Duchenne, doença hereditária que provoca fraqueza muscular e piora rapidamente, necessitando de uma cadeira de rodas elétrica para locomoção.
Segundo o pai de Leandro, que é estudante do ensino médio na escola Ivo Silveira, bairro de Águas Claras,na manhã desta sexta aconteceu uma atividade externa, onde colegas de Leandro foram ao cinema acompanhar um filme. A atração serviria como atividade didática na disciplina de artes. O aluno acabou não acompanhando os demais estudantes, pois o ônibus utilizado no transporte das crianças e professores não era adaptado para cadeirante.
Duas justificativas foram colocadas para explicar a ausência do jovem nesta atividade com os colegas. Na primeira, relatada pelo pai de Leandro, é de a resposta da direção escola é que custaria muito “caro” o aluguel desse ônibus adaptado para cadeirante. Em contato feito com a escola, um dos responsáveis, professor Valentin Cim, justificou que nenhuma empresa disponibilizava esse ônibus para aluguel e que, ele se propôs em levar o aluno até o local da atividade com seu próprio automóvel. Situação que não foi aceita por Lourivaldo Silva.
“Não se trata apenas do transporte, mas de que meu filho está sendo tratado como diferente, sem estar junto com seus colegas de turma”, disse. Segundo ele, não é a primeira vez que isso acontece. Recentemente, quando aconteceu a Feira do Livro na Praça Sesquicentenário, o jovem foi levado pelo próprio pai. “Mais uma vez não possibilitaram a participação de Leonardo junto aos seus colegas de sala” concluiu Lourivaldo.
Toda criança portadora de necessidades especiais tem o direito à aprendizagem, preferencialmente, na rede regular de ensino e de receber todos os recursos imprescindíveis para que a aprendizagem se dê de maneira satisfatória em todos os seus aspectos. Há muito tempo, este é um direito disposto em lei, justamente por se tratar de uma atividade escolar.
Em diversos documentos, como a Constituição Federal (1988), o Estatuto da Criança e do adolescente (ECA-1990), a Declaração de Salamanca (1994) e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB-1996) é possível encontrar disposições legais referentes à educação escolar de portadores de necessidades especiais.