Mais um capítulo da crise urbana foi narrado na manhã desta terça-feira (4), ao vivo, na Rádio da Informação. As histórias continuam. E a vítima é sempre o povo. O cenário é considerado de abandono total e o acusado é sempre o mesmo: o Poder Público Municipal. O episódio de hoje foi no bairro Bateas, mais exatamente no cruzamento da rua Pedro Fantoni com a rua Edgar Von Buettener. Inconformados, os moradores ameaçaram barrar o trânsito no local para chamar a atenção das autoridades responsáveis. Apesar de o protesto ter tido grande adesão popular, a comunidade decidiu aguardar um posicionamento da prefeitura antes de tomar uma atitude mais radical. A reportagem da Rádio Cidade entrou em contato com o secretário de Obras Roberto Bologinini. Ele falou que as ruas Pedro Fantoni e Ana Duarte já foram patroladas e que recentemente também a Paulo Kinis recebeu manutenção. Bolognini explica que a máquina que a prefeitura está usando é alugada e que teve que se deslocar até a rua Nova Trento para um outro serviço. Sobre a intenção dos moradores de se manifestar bloqueando a rua, o secretário foi enfático: “Eu não vou entrar neste assunto! Os moradores têm direito de se manifestar, mas não de fechar as ruas”. Veja abaixo o resumo de alguns depoimentos captados pelo repórter Jaison Lorencetti, no local da manifestação, durante o programa Agito Geral. Osni ‘Gaspar’ Baron: “Se alguém não tomar providência, nós vamos trancar as ruas. Porque isso não é brincadeira. Estamos avisando para o Poder Público ficar sabendo.” Afonso Baron, morador há 61 anos na rua Pedro Fantoni: “A primeira coisa é que não temos prefeito em Brusque. Era pra ter vergonha na cara.” Ercílio Pereira Junior: “Isso aqui está esquecido. Uma vergonha! Buraqueira, poeira... Estamos de ‘saco cheio’. Vamos trancar a rua. Os políticos visitam só em época de campanha”. José Taboni: “Aqui a gente não agüenta mais a poeira. Quando não é poeira, é buraco. Quando não é buraco, é lama. O Ciro prometeu pra nós que ia asfaltar a rua. É melhor ele fazer o asfalto no meio das matas, onde não tem nada do que atender a população pobre. Ele tem que se lembrar da população pobre. Nós vamos fechar a rua.” Moradora Veneria: “Esse dias estava passando a patrola e eu pulei na frente e disse queria falar com eles. Aí eles riam da minha cara. Daí eu disse que não ia sair do meio da estrada. É poeira o dia todo. Nós somos gente. Aqui não mora cachorro.”