A abertura oficial da Copa do Mundo 2014 acontece nesta quinta-feira (12), às 15h com a cerimônia e às 17h com o jogo entre Brasil e Croácia. Entretanto, para o comércio, a Copa já começou há mais de um mês. Em Brusque, mesmo com tantos receios que rodeiam o evento e contrariando o que apurou a repoda Rádio Cidade pela manhã, que verificou poucos enfeites alusivos ao evento nas ruas centrais, as vendas surpreenderam e empolgaram mais que o Dia dos Namorados.

Segundo Schirlei Immianosky Campos, gerente de uma loja que vendeu artigos para a Copa, o período foi mais impactante que o imaginado. “Tem vendido bastante na nossa loja. Alguns produtos já estão até faltando, estamos bem felizes com o faturamento”, comemora ela. No período de vendas, os itens que mais deram lucro à loja foram as bandeiras, bandeirola, óculos, buzinas e balões.

Ainda conforme a gerente, o período estimulou o comércio mais que o Dia dos Namorados, também lembrado nesta quinta-feira. “A gente sempre espera ter boas vendas. O movimento da Copa foi bem maior [em comparação com o dia dos Namorados], até surpreendeu a mim e os colaboradores da loja”, enfatiza, afirmando que as vendas começaram no mês de maio e devem finalizar nos próximos dias.

Em outra loja, esta mais focada em artigos esportivos, a gerente Michelle Evaristo confirma que as expectativas estão sendo superadas. ”A gente fez uma promoção, devido à Copa ser no Brasil. Nós estamos vendendo muita camiseta. Os mais vendidos são as bolas, bonés e as camisas de passeio. A gente sempre espera boas vendas, devido ao mês dos namorados, e como conciliou com os jogos, tem correspondido as nossas expectativas”.

Michelle acredita que a loja teve certo receio ao trazer os produtos do Brasil para a venda, já que na edição do evento em 2010 havia sobrado muitas camisetas. “Acredito que pelo fato da Copa ser no Brasil, o pessoal está procurando mais, independente de estarem descontentes com muita coisa. Pelo menos aqui eles estão comprando”.

Em outro estabelecimento que também está vendendo artigos, a gerente Natalia Cezario diz que, no início, houve bastante medo do consumidor ao comprar uma simples bandeirinha. “As pessoas estavam bem desanimadas, pareciam que não estavam crentes em nossa seleção e, também, por tudo que aconteceu no Brasil. Mas agora, nesta semana, vendeu muito e as pessoas estão enfeitando suas casas”, relata.

Natalia diz que, antes de trazer os artigos para a loja, os próprios clientes falavam para ela que tinham medo de colocar a bandeira do país em suas casas, porque os ‘contras’ iriam falar. “Vamos torcer pelo Brasil, que ele saia vitorioso. E depois disso que o povo não se esqueça do que aconteceu e, aí sim, fazer a Copa da saúde, da educação. Que passe a Copa (do futebol), mas que depois a gente vá cobrar aquilo que já estamos reivindicando”, enfatiza.

Pelo país

De acordo com a pesquisa feita pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), realizada com 18 mil brasileiros em todas as capitais e respectivas regiões metropolitanas do país, metade dos brasileiros não pretende fazer compras em decorrência do evento e mais de 50% não gastará a mais com lazer. Nas cidades-sedes dos jogos da Copa, o percentual chega a 52,8%.