Um dos seqüestradores do menino Ângelo Antônio de Oliveira (9), filho do empresário Jean Carlo de Oliveira, de Ilhota, foi preso na manhã desta terça-feira (3) em Brusque. Trata-se de Peterson Willian da Silva Machado (36), mentor do crime cometido no início da noite de quinta-feira (29). Um dos primeiros órgãos de imprensa que noticiou o fato foi a Rádio Cidade, mas, a pedido da própria polícia, deixou de acompanhar o caso até sua completa elucidação.
Em entrevista nesta tarde à imprensa, Peterson, que usava documentos falsos, confirmou que foi o mentor do crime e tentou inocentar sua companheira, Rosicleide Rodrigues (34), que também foi presa na operação desta terça-feira.
Ainda na noite do fato as investigações foram assumidas pela divisão anti-sequestro da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (DEIC), tendo à frente o delegado Anselmo Cruz. Cerca de uma dúzia de policiais estiveram envolvidos diretamente nas ações, entre eles os delegados Egídio Ferrari e Paulo Koerich, ambos de Gaspar.
INVESTIGAÇÕES
A polícia recebeu logo de início a informação de que um casal, em um Ford Ka de cor vermelha, tinha seqüestrado o menino, próximo de sua residência em Ilhota. A partir daí começou a montar o quebra-cabeça e ouviu mais de 20 pessoas, além de analisar imagens de câmeras de segurança. Foi a partir disso que descobriram, inicialmente, a identidade da mulher de Peterson, de nome Rosicleide, que estava morando em Barra Velha. Através dela que os policiais chegaram ao mentor do crime e como não sabiam onde era o cativeiro, passaram a monitorar Peterson.
A PRISÃO
Na manhã desta terça-feira, por volta de 10h30min, o suspeito se deslocou a Brusque e estava negociando um Vectra na Rua Leopoldo Heil, no Bairro Santa Terezinha. Os policiais o abordaram e, imediatamente, desapareceram com ele, ficando apenas uma motocicleta CG Honda, de cor vermelha, abandonada no local. Populares viram a ação e imaginaram que se tratava de um seqüestro e chegaram a acionar a Polícia Militar, que nada pode fazer, uma vez que não estava informada da ação dos policiais do DEIC na cidade. O mistério continuou até o final da tarde, após a coletiva em Gaspar.
Assim que foi preso, Peterson informou que o cativeiro era na cidade de Penha, na praia da Armação, perto do Parque Beto Carrero World. Era um imóvel de dois andares. O casal que participou do seqüestro estava cuidando do menino, que se encontrava no piso superior. A polícia agiu rapidamente e ao invadir a casa, o casal reagiu e foi morto.
O menino foi resgatado sem ferimentos. Ele comeu apenas arroz e feijão nestes cinco dias em que ficou sob cárcere. Ainda trajava o uniforme do colégio e imediatamente ganhou do delegado Egídio Ferrari uma camisa da Polícia Civil e foi logo afirmando que queria ser policial.
Na sequência, a polícia foi até Barra Velha e prendeu Rosicleide. No quarto foram encontradas duas malas prontas para a fuga do casal. Dentro de um balde estava uma garrafa térmica com um aparelho de telefone celular. Possivelmente, segundo a polícia, eles imaginaram que, desta forma, despistariam a polícia. Até agora ainda não foi localizado o Ford Ka usado no seqüestro.
A família do menor comemorou com rojões e muita festa o desfecho do sequestro que, segundo a polícia, não pagou os R$ 600 mil que estavam sendo exigidos para a libertação do garoto.
LDO




