Escolas na mira de vândalos

Em um contexto geral, o Brasil é um país onde, cada vez mais, nos acostumamos a ver o patrimônio público, entre eles estátuas, teatros, unidades básicas de saúde, escolas, e muitos outros, alvos de vandalismo. São atos que não surpreendem mais moradores. Porém, em Brusque, até pouco tempo, eram raros os casos deste tipo de ocorrência. Fato que mudou há algum tempo, pois algumas escolas públicas do município estão sendo alvo da delinquência.

As imagens abaixo são da Escola de Educação Básica Santa Terezinha e, também, da Escola de Educação Básica Osvaldo Reis, ambas de Brusque. Cerca de dois meses se passaram – desde que ocorreram as pichações – e ainda não foi possível reparar os prejuízos no primeiro colégio citado. Os rabiscos insolentes feitos com tinta spray preta estão distribuídos por várias partes – desde o portão da garagem, até o segundo piso – da edificação da instituição de ensino.

Já na EEBOR, um mutirão organizado por pais e professores conseguiu, com muito custo, pintar novamente as partes danificadas na escola já que, no dia seguinte ao fato, ocorreria um evento para entrega de boletins e amostra de trabalhos. O gasto foi de, aproximadamente, R$ 1000.

O diretor da EEBST, Márcio Santos, juntamente da diretora adjunta, Rosane Feltrin, recebeu a reportagem da Rádio Cidade, nesta quarta-feira (21), para falar sobre o assunto. De acordo com Santos, é desconhecida a causa da revolta de quem efetuou as transgressões na escola. “Nenhum ato que venha diretamente como represália ou algo do tipo a algum integrante do corpo docente”, comenta. OUÇA.

Para José Valcir Bauer, diretor da EEBOR, também não há qualquer descontentamento específico com algum servidor do colégio. A questão, de acordo com seu relato, é a marcação de território. “Nada que denegrisse a imagem do professor e a direção, foi mais para deixar claro o território do grupo”, pontua.

Quanto ao papel das autoridades públicas, Bauer diz que órgãos como o Ministério Público, por vezes, até tomam algumas providências e agem através de iniciativas de boas intenções. Porém, a legislação não permite uma punição exemplar para quem comete este tipo de crime, principalmente quando se trata de menores de idade.

A diretora adjunta da EEBST, Rosane Feltrin, relata que esse tipo de problema é resultado da educação social que as pessoas recebem de seus pais. “Nasce dentro da falta de estrutura familiar e acaba estourando dentro da escola”, enfatiza. Segundo ela, existem suspeitas da autoria do vandalismo na escola. O diretor corroborou com as palavras de sua colega de trabalho, falando que a escola está tendo que ocupar uma função que não é dela. “A gente tem que gastar muito tempo fazendo o papel da família, socialmente falando. Acabamos deixando a função pedagógica de lado”, completa.

No caso dos dois colégios que foram foco da reportagem, o grupo se autodenominou “Os de Menor”. Esta seria mais uma “gangue” existente no município, com atuação na região do Bairro Santa Rita, Santa Terezinha e adjacências. A Polícia Militar já possui alguns nomes de possíveis envolvidos e continuará o trabalho de visita domiciliar para conversar com os pais dos suspeitos, além das operações de rua.

Recentemente a Escola de Educação Básica Monsenhor Gregório Locks também foi alvo de vandalismo. Porém, na ocasião, delinquentes entraram e atearam fogo em uma das salas. Em todos os casos houve registro de boletim de ocorrência na delegacia de Polícia Civil.

Portadores de informações que possam auxiliar nas investigações podem denunciar o fato para a Polícia Civil (181).

Publicado por Lana Martins