Já são dez desaparecimentos em 2013

São preocupantes os números de crianças e adolescentes desaparecidas. Só nesse ano já foram registrados dez casos em Brusque, sendo que apenas uma retornou para casa. São dados que constam nos registros da Polícia Civil. Neste final de semana, o desaparecimento de outras duas menores de uma só vez fez o índice chegar a uma dezena. Quando isso acontece, gera muita preocupação às famílias e movimenta os trabalhos de investigação da polícia.
A história de Franciele Saueressig Mendonça Borges e Stefany Pereira Corduva começará a ser investigada pela Delegacia de Proteção a Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (Depcami). De acordo com o delegado Alonso Moro Torres, neste tipo de caso, a investigação tem com ponto de partida o registro do boletim de ocorrência.
Este setor conta com dois policiais e é responsável para fazer as investigações de desaparecimentos. Em um primeiro momento, os policiais fazem contato com os familiares para confirmar os fatos do boletim e, também, angariar outras informações que possam esclarecer o que realmente aconteceu e encontrar esta pessoa, destaca.
Mas por que esse números crescem? Qual o motivo desses desaparecimentos?
Segundo o delegado, cada caso é trabalho individualmente e os motivos podem ser inúmeros. Os mais frequentes estão relacionados à desestrutura familiar, uso de drogas e casos amorosos. Ou seja, o adolescente abandona o lar por causa das brigas com a família, porque busca pela droga e fica alguns dias consumindo o tóxico, além de viver um romance que a família não apóie. O que caracteriza uma fuga.
Mesmo assim, a polícia trabalha nesses casos porque, de acordo com Alonso, esses adolescentes estão na rua em situação de risco. A qualquer momento pode haver uma situação penal, um crime. Eles sendo vítimas ou infratores. Não resta dúvida que é importantíssimo comunicar esse fato para a polícia, para que possamos agir.
De acordo com a conselheira tutelar Ana Claudia Drosdosky, esses são casos comuns que aparecem no conselho tutelar semanalmente. Geralmente é a fuga da situação de casa, dos conflitos. Se for um conflito familiar, cabe ao conselho chamar essa família e ver o que está acontecendo. E se esse adolescente está precisando de acompanhamento psicológico ou psiquiátrico. Nós temos um caso de uma adolescente que vive em constante fuga. Ela desaparece dois, três dias. Mas está sempre por aqui. Estamos sempre acompanhando ela, afirma a conselheira.
O conselheiro Nathan Krieger confirma o depoimento de Alonso. As drogas são um problema que vêm se tornando cada vez mais frequente e presente.Os adolescentes que usam acabam fugindo. Aí os pais nos ligam. São casos que o conselho também ajuda, encaminha para um tratamento, ou em casos mais graves encaminhamos para internações. Essa questão também tem aumentado essas fugas.
A importância do auxílio do conselho é ajudar que esses problemas não virem caso de polícia. Se um jovem apresenta um problema, é importante que a família quando perceba que algo está errado, procure ajuda. Busque orientação o quanto antes para que não aconteça essa fuga, esse desaparecimento, afirmam os membros do conselho e da polícia.Tanto o delegado quanto os dois conselheiros tutelares acreditam que isso seja reflexo da educação. E que é com ela, a educação, que isso possa ser revertido.
Eu não tenho dúvida que isso é uma questão educacional. Nós vivemos uma crise sem precedentes. A formação, a estrutura familiar, tudo isso é importantíssimo para formar um caráter, principalmente na adolescência, argumenta o delegado Alonso.
Tem que continuar apostando na ideia da educação, em casa, principalmente. A escola faz um bom trabalho. Mas percebemos que isso geralmente é fruto de problemas que estão dentro de casa, com exemplos negativos que fique difícil remediar., acrescenta Nathan.
É com educação e rédea curta desde pequeno. Ensinando os valores e colocando limite desde cedo, finaliza Ana.



