Cresce consumo entre adolescentes
É comum os pais externarem uma certeza em relação aos filhos que saem para uma festa no final de semana: de que não bebem e, se o fazem, sabem qual é o limite. Porém, não é o que revela dados nacionais obtidos através de estudos. Longe de casa os adolescentes brindam a ingenuidade dos adultos e ao desrespeito a lei que proíbe a venda de bebida para menores de idade.
As consequências deste descompasso podem ser observadas em postos de gasolina, clubes ou salões de festas. Em pouco tempo os jovens sucumbem ao alto teor alcóolico do que ingerem. De acordo com o último Levantamento Nacional sobre o Uso de Drogas, 78% dos jovens brasileiros bebem regularmente e 19% deles já são dependentes do álcool. Segundo estudo divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU), em comparação com os países da América Latina, o Brasil aparece em terceiro lugar no consumo de álcool entre os adolescentes.
A pesquisa foi feita com estudantes do ensino médio e incluiu 347.771 meninos e meninas, de 14 a 17 anos, do Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Equador, Peru, Uruguai, Colômbia e Paraguai. Entre os brasileiros, 48% admitiu consumir álcool. A Região Sul apresenta índices maiores de consumo frequente e, nas outras regiões (especialmente Nordeste, Centro-Oeste e Norte), que os brasileiros bebem geralmente em maiores quantidades nas ocasiões em que consomem bebidas alcoólicas.
Na Região Nordeste, por exemplo, 13% dos consumidores reportaram consumo usual de 12 ou mais doses por dia. Um quarto dos relatou consumir 5-11 doses nestas ocasiões. O consumo de destilados é mais alto nas Regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste. Consome-se mais vinho na Região Sul, quando comparada com o Nordeste. Tanto cerveja quanto as bebidas ice são consumidas de maneira semelhante nas várias regiões do País.
De acordo com o Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB) do Ministério da Saúde, o estado que apresenta a maior incidência de alcoolismo é o Distrito Federal, com 0,97%. A região Sul, Rio Grande do Sul em 8º lugar com 0,45%, Paraná em 12º, com 0,40% e Santa Catarina em 17º lugar, com 0,27%. O estado do Rio de Janeiro aparece em 16º com 0,29%.