1º de maio – O dia em que o Brasil se calou

Não havia barulho nas ruas e não se teve mais graça naquele dia. O que havia acontecido dentro da pista de corrida, mais precisamente na curva Tamburello do Grande Prêmio (GP) de San Marino de 1994, em Ímola (Itália) deixou um país em silêncio.

Um GP que ficou marcado na história do Autódromo Enzo e Dino Ferrari, local do evento. Um 1º de maio gravado na memória de todos os brasileiros. Era domingo, o dia já havia amanhecido tenso, com dois momentos trágicos acontecidos em dias anteriores: na sexta, o piloto brasileiro Rubens Barrichello havia ficado seriamente ferido, depois de um acidente. E no sábado, o piloto austríaco Roland Ratzenberger se acidentou e faleceu. Mesmo com os ânimos atingidos por acontecimentos marcantes, os outros pilotos decidiram correr.

Ayrton Senna da Silva, na época com 34 anos, também correu. Ele havia conseguido a pole position, e por isso, largou na primeira posição no grid de largada. Depois de tantas conquistas, ultrapassagens que arriscaram e muito sua carreira e vida, três títulos mundiais, vitórias e poles, Senna foi interrompido. Na volta sete, na curva Tamburello, Senna entraria na volta de sua morte. O piloto brasileiro seguiu reto, perdendo o controle e chocando-se contra um muro de concreto, momento aquele de um domingo do Dia do Trabalhador, que deixou milhares de brasileiros, fãs ou não, sem respirar e piscar por alguns segundos.

Na época, o médico que acompanhou o brasileiro, Sid Watkins, trouxe as palavras que ninguém queria ouvir. “Ele estava sereno. Eu levantei suas pálpebras e estava claro, por suas pupilas, que ele teve um ferimento maciço no cérebro. Nós o tiramos do cockpit e o pusemos no chão. Embora eu seja totalmente agnóstico, eu senti sua alma partir nesse momento”, disse o médico.

Vinte anos depois do acontecimento, o que para muitos seria o fim de uma bela história, conseguiu alcançar várias gerações e ainda perdurar por tantos anos. O morador de Brusque, fã de automobilismo e, por consequência, de Ayrton Senna, Daniel Alves Dias (32), conta que iniciou a paixão devido ao pai. “Ele acompanhava as corridas desde a época do Emerson Fittipaldi, do José Carlos Pace, brasileiros pioneiros no esporte. Nos meus quatro anos, que eu tenho lembrança de ter visto, foi a primeira vitória dele [Ayrton] na Fórmula 1, foi debaixo de chuva em 1985, em Estoril (Portugal), ganhou com a Lotus preta. Dali para frente eu não consegui deixar de ver uma corrida, mesmo sendo tão novo”. Daniel começou a se interessar pelo esporte e a pesquisar todos os tipos de informações, criando uma paixão ainda maior por Senna.

Ele pode acompanhar desde, praticamente, o início da carreira do piloto. Aquilo que não foi visto, Dias pode acompanhar com os vídeos VHS de temporadas anteriores. “Eu passei a colecionar os VHS, e poder ver uma a uma, até o ano que ele morreu. Depois eu continuei a acompanhar o esporte, mas os anos 94 e 95 não foram fáceis”.

No dia 1º de maio de 1994, as lembranças que ficaram, segundo Daniel, foram de ver o pai triste e chorando, pela primeira vez. “Eu nunca o tinhavisto chorar, saí na rua parecia que tinha uma mancha negra, um dia nublado, eu morava em São Paulo ainda, e você chegava à rua e só havia silêncio. Você olhava as pessoas no Parque Ibirapuera, todo mundo de cabeça baixa. Ligava a televisão, os jornalistas todos tristes”. O promotor de eventos recorda que enquanto o corpo de Ayrton não chegou ao Brasil, as pessoas não sossegaram. “Eu me lembro da comoção de quando o corpo dele chegou a São Paulo, houve uma carreata com mais de 200 mil pessoas. Uma cena impressionante que me marcou foi o Emerson e o Alain Prost, que era o maior rival dele, carregarem o caixão dele antes do enterro”.

Para ele, o que tornou Ayrton Senna uma lenda para os brasileiros foi a imagem dentro e fora das pistas. “Nenhum piloto era como Ayrton Senna. Ele tinha uma característica principal que era colocar o carro em uma situação em que o adversário decidia se batia ou não. Ele era um cara peitudo. Colocava o carro a 300 quilômetros por hora roda na roda com a tua, e não tinha medo, tanto que isso custou à vida dele”.

Como fã, Daniel guardou vários VHS com momentos marcantes, além de comentários, revistas e muito material diferente. “Vídeos com curiosidades, como ele participando de um programa de humor no Japão. Muita gente não sabe, mas ele pilotava avião, helicóptero, lancha. Ele pilotou um Mirage 3000, da Força Aérea Brasileira (FAB), também”, finaliza.

Herança deixada de um piloto

Desde o ano de sua morte foi fundado o Instituto Ayrton Senna, por desejo do piloto, uma organização sem fins lucrativos que tem o objetivo de melhorar a educação no Brasil.

O Instituto trabalha com a capacitação de educadores e “seus programas beneficiam diretamente cerca de dois milhões de alunos em mais de 1.300 municípios nas diversas regiões do Brasil”, segundo consta no portal. A irmã de Ayrton, Viviane Senna, é a presidente da instituição.

A organização é financiada com recursos próprios, parcerias e doação. E, desde 2004, integra a rede de Cátedras da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) no mundo.

LDO

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