Na quinta-feira (14), profissionais e representantes da saúde mental do Centro de Atenção Psicossocial Infantil (CAPS) de Brusque, junto com pacientes e voluntários do serviço, representaram o município no lançamento da Frente Parlamentar de Saúde Mental da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc).
O objetivo do grupo é avançar nas políticas de saúde mental, alinhando-as com as diretrizes nacionais e experiências internacionais bem sucedidas. Junto com a participação, o Caps Infantil aproveitou o momento para expor as peças que são desenvolvidas nas oficinas terapêuticas de marcenaria que acontecem no centro.
A participação da equipe do CAPS Infantil faz parte de uma série de ações que a Secretária de Saúde de Brusque está promovendo neste Setembro Amarelo, focadas na prevenção de sucicidio, bem como no acolhimento dos pacientes com problemas de saúde mental.
Além disso, a instrutora de Artesanato do CAPS infantil, Ana Augusta Lima, entregou para os parlamentares uma solicitação de apoio através de emenda parlamentar para aquisição de veículos para os serviços de Saúde Mental de Brusque.
O aumento da procura por serviços de saúde mental em Santa Catarina
Números do Datasus apontam que o total de óbitos por lesões autoprovocadas dobrou nos últimos 20 anos, passando de 7 mil para 14 mil. Dados anteriores à pandemia já apontavam episódios depressivos como a principal causa de pagamento de auxílio-doença não relacionado a acidentes de trabalho, correspondendo a 30,67% do total, seguida de outros transtornos ansiosos (17,9%).
A coordenadora do CAPS Brusque, Inajá Araujo, chamou a atenção para a grande procura pelos serviços de saúde mental. “O aumento dos transtornos mentais na população brasileira e catarinense tem levado a uma maior procura por atendimento em saúde mental e atenção psicossocial no Sistema Único de Saúde (SUS). Isso inclui problemas como uso de substâncias psicoativas, adoecimento mental e atentados contra a própria vida”, finaliza.
Nos últimos 40 anos, o movimento sanitarista da saúde mental travou uma batalha na luta antimanicomial, culminando na Lei nº 10.216 de 2001, que visa a proteção e o direito das pessoas com transtornos mentais, além da reformulação do modelo assistencial em saúde mental. Em Santa Catarina, foi pleiteado o retorno da coordenação estadual de saúde mental, e aumento de investimentos para o atendimento da população que necessita.