Desde a última semana, parte da comunidade escolar da EEB Padre Lux, localizada no bairro Azambuja, em Brusque, vem protestando contra o fim do Ensino Médio no período noturno na unidade. A decisão de acabar com o regime de matrículas em terceiro período na unidade acontece em meio a tratativas para municipalizar a escola, que atualmente é de gerência do Governo do Estado de Santa Catarina.
Admitida por todos os entes envolvidos, o processo de tornar o Padre Lux em escola municipal está apenas em fase de conversas iniciais, o que não afeta diretamente as matrículas de alunos para o ano letivo de 2024. Contudo, a responsabilidade do Ensino Médio é do Governo do Estado, enquanto as prefeituras municipais cuidam das séries iniciais e da grade curricular até o 9ª do Ensino Fundamental.
Entenda o posicionamento da comunidade escolar
Presentes na última sessão ordinária da Câmara Municipal de Brusque, a Associação de Pais e Professores (APP) do Padre Lux, entregou aos 15 parlamentares brusquenses, uma carta de repúdio, assinada pelo Presidente da entidade, Ednilson José da Cruz, e pelo Presidente do Conselho Deliberativo, Reinaldo Jacomelli.
Confira a carta:
“Prezados Senhores, Prefeito, Vice- Prefeito, Vereadores, Deputados Governador e comunidade em geral. A APP da Escola Básica Padre Lux vem a público manifestar veemente o repúdio à atitude da nossa Coordenaria geral de Educação de Brusque, Prefeitura Municipal de Brusque com o fechamento do Ensino Médio Noturno e a possibilidade de 2025, não havendo mais o Ensino Médio em qualquer turno. Ainda está previsto a municipalização da EEBPLUX em 2025.
A Comunidade Escolar vem a público contrariar a retirada do Ensino Médio e, consequentemente, a municipalização. Com o fechamento do Ensino Médio, agravará ainda mais o problema de deslocamento dos alunos com relação às novas escolas que ofertariam tal atendimento,num contexto de transporte escolar precário e de insegurança pública, senhores governantes, a EEBPLUX não é culpada pelo descaso da educação.
Todos os governantes que passaram pela gestão pública, tiveram 27 anos para ampliar e modernizar nossas escolas, fato esse, hoje, evidenciando o despreparo e o descaso com a educação. Ela não pode ser tratada como mercadoria e, sim, um direto de todos.
Escola se amplia, se renova, constrói-se. Não aceitamos o fechamento de turmas. Sendo assim, pedimos, mui respeitosamente, que atendam nossa reivindicação e digam não a municipalização e ,sim, a permanência do Ensino Médio em nossa escola.”
Para Reinaldo Jacomelli, alguns dos principais pontos que prejudicam os alunos seriam a saturação de salas de aula e a locomoção dos alunos para outros bairros
Já Ednilson, ressalta que são muitos os alunos que conciliam trabalho e estudo.
“A gente vê uma grande dificuldade para o pessoal que trabalha. Hoje o Padre Lux auxilia muitos destes alunos que têm o serviço fora. Vão ser muitas turmas que vão saturar e dificultar para esses alunos”, destacou o Presidente da APP.
Para Ednilson, a EEB Padre Lux atende as necessidades de sua família e possui um DNA acolhedor, que traz conforto para a comunidade escolar.
“O colégio é muito bom. Como pai, posso dizer isso. É um colégio que sempre está preparado e ajudando. Apesar de comentários sobre a localização, é um local bom. Temos uma ótima direção e um corpo docente muito bom, que estará perdido com essa mudança também”.
Sobre o transporte, Ednilson destacou que, atualmente, não há linha direta de ônibus para os colégios que receberão o remanejo de alunos.
“A grande dificuldade é que o ônibus não tem linha direta. Muitos que moram aqui podem vir de pé para o colégio, com a mudança vai dificultar”, completou.
Reinaldo e Ednilson ressaltaram que não houve qualquer tipo de diálogo estabelecido até o momento, tanto na questão da municipalização, quanto do fim do Ensino Médio noturno.
“A gente foi pego de surpresa. Tanto para a APP, quanto para os professores. Não teve nenhuma conversa com os pais, simplesmente foi implementado”, finaliza Ednilson.
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