Desafio da Ponte de Macarrão mobiliza acadêmicos das engenharias

Os quatro cursos de engenharia mobilizaram acadêmicos em sete equipes de Engenharia Civil e Engenharia Química, além de cinco equipes de Engenharia Mecânica e Engenharia de Produção. O objetivo era o desafio da Ponte de Macarrão, estrutura de espaguete número sete e cola epóxi do tipo massa ou resina, que deveria resistir ao maior peso possível em seu centro. 

A estrutura, como relata o professor Andrei Buse, orientador da iniciativa, ainda deveria cumprir requisitos como não ter massa superior a um quilograma, vencer um vão livre de um metro e ter até 50 cm de altura e 20 cm de largura. O professor ainda lembra que a equipe vencedora é aquela que, após cumprir os requisitos, suporta a maior carga até o colapso.

A característica da atividade, de acordo com o professor, aproxima os acadêmicos da realidade encontrada na rotina de um engenheiro formado. A capacidade do grupo de lidar com situações inesperadas, como no caso de um dos grupos que precisou construir uma segunda ponte, após a primeira apresentar instabilidade pela umidade, indica o professor, é um fator importante.

“Existem limitações de dimensão, de material e de custo como em qualquer projeto de engenharia. É esta realidade que trazemos para este desafio. O objetivo não é apenas suportar a maior carga antes de romper, mas sim fazer isso com as limitações impostas pelo projeto. E, para que isso ocorra, é necessária muita pesquisa e muito cuidado na confecção da ponte. Um ponto mal colado ou subdimensionado fará com que a ruptura ocorra muito antes do desejado”, detalha.

O professor Sidnei Gripa, pró-reitor de Graduação, considera que a atividade tem como principal importância a interação entre as áreas e o engajamento entre os acadêmicos participantes. “Este desafio não se resume a uma competição e representa um espaço de desenvolvimento e aplicação dos conhecimentos dos acadêmicos. Com as equipes tendo diferentes cursos como participantes, é possível agregar pontos de vista, trocar experiências e enriquecer a jornada que cada um tem em sua formação”, descreve.

Aposta na treliça
Os seis quilogramas suportados pela ponte projetada e montada por acadêmicos de Engenharia Civil e Engenharia Química foi a maior marca atingida nesta edição. Nas equipes de Engenharia Mecânica e engenharia de produção, a melhor marca foi de um quilograma. A melhor marca da série histórica é do ano de 2021, quando a carga de uma equipe de Engenharia Química foi de 29,95 kg.

Ainda antes de colocar a mão na massa, os integrantes de cada grupo precisaram se dedicar aos cálculos e debates para estabelecer o projeto a ser utilizado. No caso da equipe Construfebe, a de melhores números obtidos no desafio de 2023, a escolha foi por uma ponte em treliça, com reforços em pontos de carga, tração e compressão maiores. 

Integrante da equipe, o acadêmico de Engenharia Civil, Vitor Guilherme Rech, afirma que a estrutura da equipe foi pensada com três tirantes base da treliça, com 10 palitos de macarrão unidos e colados. A estrutura teve duas barras inferiores e uma barra superior, todas usando o método, unidas por barras diagonais.

A preocupação do trupo, como relata o acadêmico, também envolveu pontos que não faziam parte das exigências da prova, mas que são indicadas por ele como essenciais para o resultado atingido, como as características do material usado. “Sabíamos do problema que o macarrão tem com a umidade, então deixamos a ponte em um local com boa circulação de ar. Nossa ponte ia apresentar um bom resultado, pois, foi bem calculada e executada, no dia da apresentação as equipes ficaram surpresas com o tamanho da nossa ponte, tendo em vista que estava menor que as demais”, descreve.