O empresário Luciano Hang teme que a lei que permite grafite e muralismo leve a cidade a ser banhada por pichações. Por conta disso, ele liderou  empreitada para que a lei  4.631/23, que trata do assunto, fosse vetada pelo prefeito André Vechi (PL), o que acabou não acontecendo. Hang falou sobre o tema em entrevista exclusiva à Rádio Cidade FM de Brusque nesta quinta-feira (14), durante o programa Rádio Revista Cidade.

Hang afirmou que a legislação, de autoria do vereador Cacá Tavares (Podemos), vai tornar a cidade um lugar feio e pouco atrativo, impactando diretamente no aspecto turístico e econômico. Por conta disso, resolveu ir a público chamar atenção para o assunto.

“O que me levou a tomar essa decisão de conversar com o brusquense foi quando me passaram que foi aprovado a toque de caixa uma lei, na Câmara de Vereadores, de autoria do Cacá Tavares, presidente da Câmara hoje, colocando a cidade à disposição (...) Todos os postes da cidade, tudo o que é público, as pontes, embaixo das pontes. Imagina a beira rio, aqueles paineis, quilômetros e quilômetros”, pontuou ele.

O empresário disse que ligou para todos os vereadores e, um a um, pediu para reverterem a legislação. Inclusive, o próprio prefeito teria recebido contato seu. Porém, a lei não foi sancionada por ele e retornou à Câmara, sendo promulgada pelo presidente da casa e está valendo.

“Eu não sigo modismo, sigo aquilo que acredito que é certo”, disse ele na entrevista.

Hang mostrou diversas imagens que fez em pontos diferentes da cidade que estão tomados por pichações. Segundo ele, esse será o destino dos espaços em que houver a autorização para o grafite, prática cultural que não é considerada crime. Para ele, o poder público não faz a manutenção destes espaços, deixando-os feios e ainda quer abrir espaço para que outros fiquem da mesma forma.

“A negligência do poder público, do que é deles, vai fazer com que a população que visite a nossa cidade, seja como turista ou pessoas que vêm para trabalhar, sinta que a cidade perdeu sua cultura, perdeu aquilo que a transformou numa das melhores cidades do nossos país”, disse.

Aprovado pela Câmara no mês passado, novembro, o projeto de lei que autoriza a prática do grafite e muralismo especifica que os trabalhos somente podem ser feitos em locais previamente autorizados pela Prefeitura e com regras sobre que tipo de conteúdo não pode ser inserido nos mesmos. O artigo 3º da mesma diz que “A intervenção artística não poderá fazer referência a marcas ou produtos comerciais, nem conter mensagem de violação aos direitos humanos ou de cunho pornográfico, racista, preconceituoso, ilegal ou ofensivo a grupos religiosos, étnicos ou culturais, ficando vedada a apologia à violência, drogas e discriminação de qualquer forma”. (CONFIRA A LEI NA ÍNTEGRA AQUI)

Assista no vídeo a entrevista completa com Luciano Hang.