O caso do homem que acabou preso pela polícia de Brusque ao se descobrir que ele portava documentos falsos, vivendo como se fosse outra pessoa por mais de uma década, chamou atenção nos últimos dias. Ele foi pego no bairro Santa Terezinha a partir do cruzamento de informações entre a Polícia Civil e a Polícia Cientifica. O homem usava outra identidade há 20 anos e nem a esposa dele sabia.
Na manhã desta quinta-feira (22), o delegado Odair Rogério Sobreira Xavier deu detalhes do caso ao programa Rádio Revista Cidade, da Rádio Cidade FM de Brusque. Ele foi o responsável pela prisão do homem.
Segundo o delegado, o preso é natural de Joaçaba, no Oeste de Santa Catarina. Porém, ele usava documentos como se tivesse nascido na capital paranaense, Curitiba.
“Ele vivia como uma nova pessoa que foi criada por ele. Aquela pessoa real, que existia e nasceu lá em Joaçaba, não existia mais”, pontuou o policial.
Em determinado momento da vida, cerca de 20 anos atrás, o homem abandonou a identidade antiga e verdadeira, passando a usar o nome e documentos falsos. Ele chegou a abrir uma empresa no ramo alimentício na cidade de Brusque.
Ainda conforme o delegado Sobreira, pouco se sabe sobre a vida dele antes de passar a usar a identidade falsa. O caso permanece sendo investigado pela polícia busca apurar mais detalhes. Ele, inclusive, ficou calado durante o depoimento na Delegacia.
“Cabe a nós, agora, apurar, o que motivou ele a passar a viver como uma pessoa diferente”, destacou Sobreira.
O que chama atenção é o fato de, apesar de dispor de identidade falsa, o homem conseguia abrir contas bancárias, uma empresa e ter acesso a todo sistema de serviços de governos, como a própria Receita Federal.
“Alguns detalhes não posso passar. Mas ele falsificou alguns documentos e, a partir daí, falsificou outros e passou a viver, de fato, como se fosse outra pessoa”, destacou.
Os documentos dos filhos, um menor de idade e o outro já adulto, que teve nesse período já foram emitidos com os dados falsos do homem.
O delegado Sobreira afirmou que, por enquanto, não foi verificado nenhum tipo de golpe ou crime que ele tenha cometido contra outras pessoas. O que se tem é apenas a falsificação e documentos relacionados a ele próprio.
Sobreira afirma que, atualmente, o sistema de diferentes órgãos é melhor integrado. Diferente de 20 anos atrás, o que pode ter facilitado que o homem permanecesse tanto tempo sem ser identificado.
“Esse caso foi muito curioso e despertou muita curiosidade, tanto da população quanto da imprensa porque a pessoa viveu muito tempo sendo uma pessoa que não era. Inclusive com filhos e tudo mais. Tinha tudo”, pontua o delegado.