Uma loja que vende pneus foi fechada em Blumenau nesta quarta-feira (3) pelo Procon da cidade. O motivo foi uma série de denúncias de consumidores que teriam sido lesados com venda casada de serviços e prejuízos de mais de R$ 20 mil em algumas situações. Além disso, a qualidade dos serviços prestados deixava a desejar, segundo o órgão.
De acordo com o Procon, foram 78 denúncias feitas ao órgão nos últimos meses. Uma delas, por exemplo, era de que a loja obrigava o consumidor a trocar os pneus com eles e não deixava sair do local com os produtos caso quisesse fazer o serviço em outro local.
“Se o consumidor quer comprar apenas os pneus e trocar em outro local, ou fazer destes pneus assento ou o que quiser, ele pode. A empresa não pode obrigar que ele troque com eles”, disse o diretor do Procon, Alexandre Caminha.
Houve caso em que o consumidores relataram que a qualidade dos pneus vendidos colocava em risco os veículos nas ruas. Consumidores saiam do estabelecimento e pecebiam falta de estabilidade.
O diretor do Procon relatou, ainda, cobranças abusivas em serviços que sequer precisavam ser realizados. Como um consumidor que chegou com uma camionete nova, com poucos quilômetros rodados, e o estabelecimento disse que teria de mexer na caixa de marchas. O serviço teria sido realizado em menos de duas horas, o que é, na visão dele, praticamente impossível.
“Um serviço desses não leva menos de quatro horas. Como que um consumidor deixa o carro às 14h e às 16h está pronto?”, frisou.
Há relatos de prejuízos grandes. Um idoso precisou pagar R$ 16 mil para trocar os quatro pneus do carro. Isso porque a empresa foi embutindo outros serviços.
“Fiz uma reunião com o gerente da empresa e o consumidor, que chegou a chorar. Ele dizia como iria contar para esposa que pagou R$ 16 mil nos pneus”, pontuou Caminha.
Em outro caso, o consumidor precisou fazer empréstimo de R$ 10 mil para complementar o pagamento de R$ 20 mil cobrado pela loja para troca de pneus e outros serviços que foram inseridos sem orçamento prévio. O homem não conseguiu tirar o carro da oficina numa sexta-feira por não ter o dinheiro todo. Ele havia pago cerca de R$ 3 mil em dinheiro, mais R$ 3 mil no cartão de crédito e solicitou outros R$ 10 mil de empréstimo em uma cooperativa para pagar R$ 16 mil, já que a loja afirmou que daria R$ 4 mil de desconto.
Segundo o diretor do Procon, a intenção é de que a loja se adeque e pare de cobrar abusivamente por produtos e incluir venda de serviços casada, pratica que é vedada pelo Código de Defesa do Consumidor.
A loja, que fica no bairro Vosrtad, permanecerá fechada por dez dias.