Primeiras internações humanizadas são realizadas em Brusque

Nesta segunda-feira (27), ocorreram as primeiras internações do Programa Municipal de Internação Humanizada. A primeira foi durante a madrugada, por volta das 4h. A intervenção ocorreu através da Secretaria de Saúde, e o paciente, de 56 anos, aceitou ser encaminhado para uma casa de apoio de forma voluntária.

O segundo caso, trata-se de uma paciente de 53 anos que, durante a semana passada, foi flagrada urinando em via pública, caso que repercutiu nos veículos de comunicação locais. A mulher, que vivia em situação de rua, não aceitou ser conduzida, mas de forma involuntária, através do programa, foi sedada e encaminhada para a internação. 

“O decreto que consta com relação às internações involuntárias no nosso município veio a beneficiar a possibilidade da internação voluntária, involuntária ou compulsória de pacientes que estão em uso de substâncias psicoativas nos leitos especializados credenciados pelo município”, ressalta Inajá Araújo, coordenadora de Saúde Mental do município. 

Inajá explica, ainda, a importância da correta abordagem por parte dos profissionais de saúde. “O primeiro paciente não tinha aceitado, mas com o manejo das equipes, ele aceitou ir para a internação de forma voluntária. A segunda paciente, então, foi avaliada pelo médico do serviço, foi identificada muita gravidade da situação, onde foi necessário fazer a internação de forma involuntária. Vamos acompanhar durante todo esse processo dela até a sua alta e, após a alta, nós e a Secretaria de Desenvolvimento Social estaremos acompanhando todos esses pacientes, como sempre foi feito, e vamos dar continuidade a esse tratamento e apoio a essas pessoas que tanto o necessitam em nosso município”, finaliza.

Programa Internação Humanizada

O Programa foi homologado através de um decreto em março de 2024. Agora, pessoas em situação de vulnerabilidade poderão ser internadas mesmo sem consentimento. O objetivo do decreto é proteger as pessoas em situação de rua que vivenciam a dependência do álcool e de outras drogas, além de minimizar impactos negativos na segurança e na conservação da cidade.

O consentimento só pode ser dado por uma familiar ou então, por um médico servidor público. A internação não deve passar dos 90 dias. O Programa Municipal de Internação Humanizada, como é chamada a iniciativa, também contempla avaliação multidisciplinar, Plano de Tratamento Individualizado e acompanhamento durante e após a internação do indivíduo.