(VÍDEO) Pastor Cláudio Schefer fala sobre a imigração alemã no Brasil

Em busca de sair da pobreza e conflitos que vinham acontecendo na Europa, vários povos europeus decidiram colonizar novas terras, como os alemães, que vieram ao Brasil em busca de uma vida melhor. Colonizando mais especificamente a região Sul entre os séculos 19 e 20, os alemães formaram várias comunidades, pregando sua fé, como a catolicismo, mas principalmente o luteranismo.

Para falar mais sobre a imigração alemã no Brasil, a 92.3 FM entrevistou, na manhã desta quinta-feira (25), o pastor Claúdio Schefer, através do programa Rádio Revista Cidade.

No Vale do Itajaí

Vindos da Europa, os alemães, em Santa Catarina, se instalaram em Blumenau, no ano de 1850, e em Brusque no ano de 1860.

“A imigração vai trazendo pessoas novas. A partir de 1824, aproximadamente 300 mil alemães vieram às terras brasileiras, e depois nós vamos ter uma parada, mas depois da 1ª Guerra Mundial nós vamos ter uma nova leva de imigrantes, a partir de 1910. Principalmente em 1920, nós tivemos muitos alemães, mas com uma qualificação profissional diferente, com tecnologia”, detalhou.

No Brasil

A imigração alemã, antes do Brasil, aconteceu em outras regiões europeias, onde muitos se submetiam até mesmo, à escravidão, mas sempre em busca de oportunidades melhores, disse o pastor. No Brasil, as guerras eram constantes, como na fronteira com a Argentina. “Com o assentamento de populações europeias, se garantiu que ali tivesse uma segurança maior,” contou Claúdio.

Pontuando, o pastor disse que, naquela época, a escravidão estava sendo abolida. Mas para substituir a mão de obra escrava, o pastor disse que, Leopoldina, que era a princesa austríaca do Império na época, conhecia bem o sistema agrícola dos alemães, trazendo esse povo para substituir a mão de obra.

“Estima-se que desde 1824 e nas décadas seguintes, migraram para o Brasil cerca de 300 mil alemães, principalmente para a cidade de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, anteriormente chamado de Feitoria do Cânhamo, mas o município foi batizado de São Leopoldo por conta do padroeiro.

“Como desativaram a escravidão, essa feitoria ficou vaga, ali foram assentadas as primeiras feitorias alemãs, que já vieram entre essas 30 famílias, veio um pastor luterano junto, para dar assistência a essa comunidade que estava chegando ao Brasil,” relatou.

Protestantismo

“O protestantismo desembarca definitivamente no Brasil. Com a vinda dos alemães em 1824, as comunidades luteranas vão se formar no Rio Grande do Sul no primeiro momento, no Rio de Janeiro também, em São Paulo, um pouco mais tardio, e depois Santa Catarina, em 1829, em Florianópolis, formando a cidade de São Pedro de Alcântara,” comentou.

A educação era um privilégio dos nobres ou dos monastérios, que tinham professores particulares. Porém, Martinho Lutero fez com que os mais desafortunados também tivessem acesso a tal.

“Com a reforma protestante, a escola começa a ter um papel fundamental no desenvolvimento social e econômico da Europa, e isso foi transplantado para o Brasil,” comentou.

Guabiruba, segundo Schefer, tem o assentamento de alemães de origem católica, enquanto que Pomerode tem origem unicamente de protestantes.

Agricultura

“Esse pessoal vem trazer para o Brasil uma cultura que o português não conhece, o português só conhecia o latifúndio, e com mão de obra escrava. O alemão, assim como o italiano, polonês, eles têm o minifúndio, a agricultura com base familiar, onde começa a ter outra produção e economia no Brasil, fazendo com que o desenvolvimento aconteça,” pontuou.

Nesta quinta-feira (25), em Brusque, a partir do meio-dia, o sino tocará, durante três minutos e meio, 200 badaladas para marcar os 200 anos da imigração alemã no Brasil.

Para assistir a entrevista completa, clique no vídeo acima.