Em entrevista ao programa Rádio Revista Cidade, na última segunda-feira (7), o prefeito reeleito de Brusque, André Vechi, comentou sobre os próximos passos para a execução das obras financiadas pelo Fonplata e a implantação do sistema de esgotamento sanitário na cidade.
Vechi destacou que o maior desafio na continuidade dos projetos apoiados pelo Fonplata, como a ampliação do canal extravasor da Beira Rio em direção ao bairro Rio Branco, é a contrapartida exigida pelo fundo, que corresponde a 25% do valor total financiado. “Quando chegarmos na metade do financiamento, cerca de R$ 90 milhões, o município terá que ter aportado 25% desse valor para continuar recebendo os recursos. É uma regra que garante que não haja ‘pedalada’ fiscal”, explicou.
Segundo o prefeito, a expectativa de superávit no orçamento deste ano deve ajudar a garantir o aporte necessário para a continuidade das obras. “Esse superávit é como um lucro, caso a prefeitura fosse uma empresa. E esse dinheiro poderá ser utilizado nas contrapartidas no próximo ano”, disse Vechi. As obras da Beira Rio, no trecho que vai até os Irmãos Hort, devem ser concluídas até a metade de 2025, com o segundo trecho, até a ponte do Pilolo, sendo iniciado ainda este ano. A previsão é que todas as intervenções estejam concluídas até o final de 2026, abrangendo o bairro Dom Joaquim.
Além dessas obras, o prefeito mencionou outros projetos em andamento, como o novo anel viário da Limeira e intervenções nas bacias dos bairros São Pedro e São Leopoldo. No entanto, Vechi frisou a necessidade de cautela na captação de novos recursos, devido aos prazos de pagamento e às taxas de juros. “É preciso responsabilidade na gestão do fluxo de caixa”, afirmou.
Sobre o esgotamento sanitário, Vechi informou que a concessão para uma empresa privada está sendo preparada, com um investimento estimado em R$ 1 bilhão para deixar a cidade 100% coberta pelo serviço ao longo dos próximos anos. “A concessão será realizada, mas o Samae permanecerá público, responsável pela operação da água. O edital está praticamente pronto e passará por audiência pública ainda este ano”, detalhou.
A expectativa é que o edital seja lançado no primeiro semestre de 2025, com a empresa vencedora começando as obras no mesmo ano. A meta é que até 2028, cerca de 30% da cidade já esteja atendida pelo sistema de esgotamento sanitário. Vechi também esclareceu que a empresa vencedora será responsável pela gestão comercial da água e do esgoto, cobrando as tarifas de ambos os serviços, mas repassando os recursos de água diretamente ao Samae.
O prefeito ressaltou a importância do investimento em esgoto para a saúde pública. “Estudos da Organização Mundial da Saúde indicam que cada real investido em esgoto economiza quatro reais em saúde. Esse é um projeto essencial para o futuro da cidade”, concluiu.