Em entrevista à Rádio Revista Cidade, nesta quinta-feira (24), Robson Zunino, presidente do Conselho Municipal de Saúde de Brusque (COMUSA), abordou as recentes denúncias de superlotação e demora no atendimento no Hospital e Maternidade Imigrantes, administrado pelo Instituto Maria Schmitt (Imas). Segundo Zunino, desde agosto e setembro, têm surgido queixas constantes sobre a situação da unidade, que é responsável pelo atendimento oftalmológico em parceria com o Governo do Estado. O cenário caótico no hospital, com pacientes, incluindo cadeirantes e idosos vindos de várias regiões do estado, aguardando atendimento, foi registrado em vídeos divulgados pela Rádio Cidade. As imagens mostravam corredores lotados e pacientes em pé, em uma situação classificada como “descaso” por um dos presentes.
Zunino esclareceu que, embora o Conselho tenha buscado o Ministério Público (MP), a ação não foi no intuito de realizar uma denúncia, mas sim para esclarecer o papel do COMUSA na fiscalização de serviços oferecidos pelo Estado de Santa Catarina. “Essas cirurgias e procedimentos seletivos são ofertados pelo Estado, mas o atendimento ocorre em Brusque, o que gera dúvidas sobre nossa competência na fiscalização”, explicou.
Na terça-feira (23), houve uma reunião com o promotor público Cristiano José Gomes, onde o COMUSA expôs a preocupação com a fiscalização desses serviços. Zunino destacou que o Conselho já havia tentado dialogar com o hospital, enviando um ofício no dia 4 de setembro, mas não recebeu resposta formal, apenas uma ligação do diretor técnico do hospital.
A promotoria recomendou que o COMUSA procurasse a Procuradoria Geral do Município para obter um parecer legal sobre sua competência fiscalizadora. Uma reunião já está agendada para o dia 30 de outubro com o procurador Rafael Maia. “Queremos exercer nosso papel de fiscalização de forma plena, sem agendamentos prévios ou autorizações, como fazemos com os demais hospitais do município”, afirmou Zunino.
Apesar da complexidade do caso, envolvendo a competência de diferentes conselhos de saúde, Zunino ressaltou que a prioridade do COMUSA é assegurar que o serviço, ainda que ofertado pelo Estado, esteja sendo corretamente executado dentro de Brusque.