Mantida pela APAE, conheça o trabalho realizado pela Clínica Uni Duni Tê

Um dos serviços realizados pela Clínica de Terapia Integrada Uni Duni Tê, mantida pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Brusque, é o Programa de Acompanhamento do Desenvolvimento Infantil, ofertado para as crianças residentes no Município de Brusque.

Este é um trabalho preventivo e gratuito que é realizado desde 1991 e surgiu praticamente junto com a clínica, quando os profissionais identificaram a falta de um projeto de acompanhamento das crianças de Brusque, na prevenção ou identificação precoce de atrasos no desenvolvimento infantil.

“A partir dessa necessidade, os profissionais pensaram em criar o programa, que perdura até hoje com o objetivo de analisar e acompanhar o processo de desenvolvimento da criança, oferecendo um espaço para as famílias tirarem dúvidas, compreenderem o que é esperado para cada faixa etária, e como eles podem fazer para estimular o desenvolvimento da criança”, explica a educadora especial e coordenadora do programa, Tatiana Costa Masera.

Mesmo com a saída do Teste do Pezinho da Clínica Uni Duni Tê, em agosto deste ano, que tinha como sequência marcar o agendamento para o Programa; a equipe manteve firme seu objetivo de atender o máximo de crianças possíveis, sendo assim, através de parcerias e novos formatos de fluxo de trabalho, os profissionais da Clínica entram em contato com a maioria dos pais, para esclarecer sobre o programa gratuito e realizar o agendamento para o primeiro acompanhamento da criança.

Até o mês de setembro deste ano, o Programa de Acompanhamento do Desenvolvimento Infantil da Clínica Uni Duni Tê realizou 3.414 atendimentos. Três pedagogas são responsáveis pelo acompanhamento das crianças e orientação aos pais.  

Como funciona
O primeiro atendimento da criança dentro do programa, geralmente é realizado com quatro meses de vida. Os demais acontecem aos 9 meses, 12 meses, 18 meses e 24 meses. Ao longo desse período, as pedagogas observam os marcos do desenvolvimento infantil, ou seja, o conjunto de habilidades que as crianças devem adquirir em cada fase. Esse espaço de atendimento, na atenção dada à família e a criança, pode também levar a identificar sinais de alerta, indicativos de atrasos no neurodesenvolvimento. “Não necessariamente finalizamos o acompanhamento aos dois anos. Havendo necessidade de ampliar observações e orientações, marcamos um novo atendimento, mesmo depois dessa idade”, comenta Tatiana. Também decorre do acompanhamento, a realização de encaminhamentos para outros serviços da rede municipal, ou mesmo, diante da necessidade identificada, serviços da Apae de Brusque, para avaliação e inserção em programa de atendimento pedagógico e de saúde, conforme cada caso.

O que é acompanhado
Tatiana destaca que durante os atendimentos, as pedagogas observam todos os domínios do desenvolvimento da criança: linguagem, cognição, desenvolvimento motor, questões de interação social e comportamentais. Tudo isso, enquanto ela brinca.

Caso a criança frequente centro de educação infantil, as profissionais da Apae entram em contato, para entender como é o comportamento dela no dia a dia, para levar em consideração essas informações dentro do histórico da criança. “Com isso, temos mais informações sobre essa criança em outros contextos, porque é importante entender isso também. Além do mais, a sala de atendimento é um ambiente diferente para a criança e, às vezes, ela acaba não mostrando tudo que realmente sabe fazer. Quando é necessário ampliar a observação sobre a criança, a pedagoga estabelece contato com o centro de educação infantil que ela frequenta, onde passa maior tempo e podem ser identificadas questões que não aparecem durante o atendimento no programa”, esclarece. 

A educadora lembra que o objetivo do trabalho não é dar um diagnóstico, mas auxiliar as famílias no processo de desenvolvimento e disseminar informações corretas sobre o assunto. “Hoje o acesso à internet é muito fácil e informações podem ser compreendidas de maneira equivocada, por isso é importante um olhar especializado sobre o processo de desenvolvimento da criança”, frisa. 

Diferentes olhares que fazem a diferença
O pequeno Davi Soares, de um ano, é uma das crianças acompanhadas pelo programa de desenvolvimento infantil da Clínica Uni Duni Tê. A avó, Aldacir Clarice Soares, conta que assim que ele fez o Teste do Pezinho, a família foi informada sobre o serviço gratuito e decidiu fazer o acompanhamento.

“Essa é a terceira consulta dele e acho que é muito importante, porque tem coisas que nós não sabemos, e aprendemos. Aqui eles podem perceber se algo não está andando como deveria e isso pode fazer a diferença para o futuro dele. Desde a primeira vez que ele veio, gostei muito do atendimento. Todos estão de parabéns”, diz.

A coordenadora do programa enfatiza ainda a importância da adesão ao serviço. “Acreditamos muito nesse trabalho porque, estímulos certos, especialmente nos primeiros anos de vida, são determinantes para um bom processo de desenvolvimento motor, cognitivo, de comunicação e de relações interpessoais da criança”, diz.

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