Com o intuito de transformar os ambientes escolares em espaços mais interativos e estimulantes para o processo de ensino-aprendizagem, os cursos de pedagogia e pedagogia anos iniciais do Centro Universitário de Brusque (Unifebe) realizaram uma série de intervenções em seis educandários da rede municipal de ensino de Brusque. As ações de revitalização e adequação dos espaços integraram o projeto de Curricularização da Extensão deste semestre, que visa integrar universidade e comunidade por meio da interação dos estudantes com demandas reais da sociedade.
Nas intervenções, os estudantes catalogaram bibliotecas escolares, criaram cantinhos de leitura, revitalizaram parques e hortas, além de outros restauros e melhorias em espaços de interação e aprendizagem já existentes nas escolas. A proposta é de que os espaços atendam às necessidades pedagógicas e promovam a inclusão, a sustentabilidade e o bem-estar emocional dos alunos, revela o articulador da Curricularização da Extensão dos cursos, professor Marcelo Noldin. “Durante a execução das ações propostas, foi possível identificar avanços significativos, tanto no aspecto estrutural quanto no pedagógico, evidenciando a importância de ações contínuas nas escolas. Os resultados obtidos surpreenderam a todos, principalmente a comunidade escolar. Os espaços ficaram ressignificados, contribuindo para um ambiente mais propício ao aprendizado.”
Ações desenvolvidas
O Centro de Educação Infantil Marli Teresinha Benvenutti Buss, no loteamento Ema II, foi um dos educandários atendidos pelo projeto. No local, os estudantes de pedagogia da Unifebe revitalizaram a horta escolar e construíram uma casa na árvore para contação de história e recreação das crianças. As melhorias feitas no bosque, como é chamado o parque do CEI, já têm impactado nas ações desenvolvidas com as crianças, comenta a diretora, professora Cristina Knihs Zierke. “Muitas crianças moram em apartamentos e, por isso, não têm contato com a natureza. A revitalização oportunizou uma percepção visual prazerosa, porque ficou linda e aumentou as condições de estimular a criatividade das crianças. Além disso, vários projetos utilizaram nosso bosque como tema central, como meio ambiente, alimentação saudável, contação de histórias, compartilhamento de brinquedos com os amiguinhos e, com certeza, muitos outros virão. Gostaria de agradecer por sermos um dos educandários contemplados com uma ação tão valiosa”, acrescenta.
Antes de iniciar as intervenções nas escolas, os acadêmicos participaram de uma palestra sobre Arquitetura Escolar e a Escola do Amanhã, com o coordenador de arquitetura e urbanismo da Unifebe, professor Marcelius de Oliveira de Aguiar. A partir da demanda de cada educandário, embasados na literatura sobre espaços que estimulam a aprendizagem, os estudantes, reunidos em grupo, desenvolveram uma proposta de intervenção.
O grupo da acadêmica da quarta fase de pedagogia, Angela Tormena, revitalizou a pintura do pátio no Centro de Educação Infantil Prefeito Hylario Zen, no bairro Rio Branco. Na intervenção executada, os estudantes pintaram a amarelinha, criaram uma brincadeira em formato de caracol e pintaram um espaço com o tema fundo do mar. “Esse contato com o ambiente escolar foi muito enriquecedor e me fez perceber o quanto essas iniciativas podem impactar positivamente a comunidade, e como algo tão simples, como revitalizar a pintura desses espaços, pode estimular a imaginação e, consequentemente, impactar no processo de ensino-aprendizagem dessas crianças. Do ponto de vista profissional, essa experiência me ensinou muito sobre o trabalho em equipe e de como valorizar os detalhes que fazem toda a diferença em um ambiente educacional. O projeto foi muito mais do que pintar o chão, foi sobre criar algo que pudesse de fato contribuir com o aprendizado e com o desenvolvimento das crianças, promovendo um ambiente escolar ainda mais acolhedor”, avalia.
Nesse semestre, além do CEI Prefeito Hylario Zen e Marli Teresinha Benvenutti Buss, o curso realizou as intervenções na Escola de Ensino Fundamental Theodoro Becker, no bairro Bateas. No local, os estudantes catalogaram a biblioteca escolar, criaram um cantinho da leitura e revitalizaram o parque infantil com pintura e desenhos nos muros.
Na EEF Prefeito Alexandre Merico, no bairro Limeira, a equipe criou um espaço de socialização com mesinhas de pneus usados, renovou a pintura dos jogos desenhados no chão e também revitalizou o parque infantil com pintura e desenhos nos muros. No loteamento Emma II, na Escola de Tempo Integral Professor Raul Amorim, a Unifebe finalizou a horta escolar, visando orientar os estudantes sobre o primeiro plantio e, na minicidade que a escola já possui, sugeriu a criação de um correio para incentivar a troca de cartas entre as turmas. Por fim, no CEI Nova Brasília, revitalizou as pinturas e desenhos nos corredores da escola, construiu uma centopeia com pneus usados e finalizou a horta escolar. “As intervenções realizadas revitalizaram espaços que contribuem com a aprendizagem e o desenvolvimento de crianças, promoveram a inclusão, estimularam a criatividade e o protagonismo, impactando positivamente a comunidade local, as crianças e educadores”, analisa a coordenadora do curso, professora Eliane Kormann.
A educadora diz que a iniciativa reforça o papel da extensão. “Evidenciou a importância de uma formação que ultrapassa os limites da universidade, preparando futuros pedagogos para atuar em sintonia com as necessidades reais da comunidade escolar, articulando teoria e prática, desenvolvendo trabalho em equipe e compreendendo o papel transformador da educação, mostrando o compromisso com uma pedagogia que vai além da sala de aula.”
Para 2025, a Curricularização da Extensão tem como proposta a continuidade do uso desses ambientes, levando ações pedagógicas para as escolas, como contação de histórias e brincadeiras nos espaços revitalizados.