Em entrevista ao Rádio Revista Cidade desta terça-feira (3), o empresário Amilton Gamba, atualmente representante da Arga Processadora de Resíduos, fez um apelo contra o Projeto de Lei Ordinária que revoga a lei N 4409 de 8 de setembro de 2021, que está na pauta de votação hoje da Câmara de Brusque, que propõe revogar a doação do terreno onde opera a usina da empresa. Segundo ele, a iniciativa do Executivo coloca em risco os empregos, os investimentos realizados e o potencial ecológico do empreendimento.
Gamba relatou que a usina foi concebida para transformar resíduos orgânicos em energia elétrica e adubo, com capacidade para atender até 2 mil residências. Apesar de aprovada e licenciada por todos os órgãos competentes, enfrentou resistência de moradores da comunidade Limeira, que teriam pressionado para inviabilizar a operação. “Sofremos muito com isso. Investimos milhões, mas acabamos transferindo as cotas da empresa por falta de caixa, após 19 meses de manutenção”, afirmou.
O empresário também destacou o impacto ambiental positivo do projeto, que promete energia limpa, sem agredir a natureza. No entanto, acusou o prefeito de adotar uma postura contrária desde sua gestão anterior, influenciado por interesses locais. “O prefeito sempre foi contra a usina. Agora, promove um casuísmo jurídico para inviabilizar nosso trabalho”, disse.
Amilton criticou a rapidez com que o projeto chegou à Câmara, alegando que a votação em regime de urgência não permite análise técnica adequada. Ele afirmou que o fechamento da usina comprometerá empregos diretos e indiretos, além de gerar insegurança para investidores. “Se essa medida for consumada, Brusque será vista como uma cidade sem ambiente para negócios. Isso é um ato de tirania”, declarou.
Por fim, Gamba pediu aos vereadores que encaminhem o caso ao Judiciário, argumentando que a decisão deve ser tomada por uma instância imparcial. “É uma questão de justiça e respeito ao esforço empreendedor. A Câmara não pode compactuar com essa infâmia”, concluiu.