Ter 60% do corpo queimado na infância e conseguir salvar a filha de 4 anos de um afogamento em piscina, sem ter o conhecimento técnico, foram situações que levaram Daniela Bruns a atuar como bombeira comunitária. “Realmente, eu amo, eu amo ajudar. Eu sempre falo ‘as vezes a gente vai ser a última pessoa que aquela pessoa vai ver’. Tenho orgulho de vestir esta farda. Enquanto eu puder fisicamente e de saúde estar presente, eu vou estar, para estar auxiliando as guarnições”, declarou uma das convidadas do Conexão 92 desta segunda-feira (27).
Também participaram do programa a 3º sargento do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina, Scheila Daiana Streit Fuck, e o comandante da 3ª Companhia de Bombeiros Militar (CBM) de Brusque, capitão Rafael de Fáveri. Eles falaram sobre a formatura da primeira turma de bombeiros comunitários de Botuverá. A solenidade ocorreu na última sexta-feira (24).
Quinze pessoas concluíram a formação, estando aptas a atuar diretamente nas comunidades de Botuverá, Brusque e Guabiruba. O comandante disse que, além de reforçar o efetivo operacional da corporação, os bombeiros comunitários são pessoas que atuam em vários setores da sociedade. Ou seja, eles têm conhecimento técnico para atuar em casos de emergência. “A gente consegue deixar pessoas capacitadas para dar um primeiro atendimento, para fazer um primeiro combate a um incêndio. Se ela se depara com uma situação de risco, ela já conhece, dar um primeiro atendimento e, muitas vezes, minimizar uma situação que poderia evoluir de forma e se tornar muito mais grave”, destacou.
Dentre as avaliações feitas durante e após o treinamento para quem quer trabalhar como bombeiro comunitário, Fáveri mencionou que estão teste físico e análise dos aspectos emocionais.
Os formandos aprenderam sobre primeiros socorros, salvamento aquático, resgate veicular e a combater incêndios, inclusive o florestal. “A gente procurou trazer ao máximo pessoas especialistas na área para serem os instrutores”, comentou Scheila Daiana. Eles não possuem vínculo empregatício com o governo do Estado e atuam mediante termo de prestação de serviço voluntário.
De acordo com ela, o quartel do Corpo de Bombeiros em Botuverá funcionava apenas durante o dia e há pouco tempo passou a contar com expediente 24 horas.