A Polícia Civil de Brusque concluiu o inquérito que apurou as circunstâncias do homicídio de uma criança de 5 anos e da tentativa de homicídio de sua mãe, de 27 anos, ocorridos na tarde do dia 30 de dezembro de 2024, em Brusque. Após uma discussão entre o casal, o marido, de 30 anos, atacou a companheira com uma faca, desferindo diversos golpes, assim como no filho do casal, causando o óbito de criança. Na sequência, ele se matou com a mesma faca. A tragédia aconteceu na residência da família, no bairro Souza Cruz.
Responsável pela Divisão de Investigações Criminais (DIC) de Brusque, o delegado Fernando Farias informou, na tarde desta quinta-feira (13, que o inquérito apontou que houve uma tentativa de feminicídio, seguido de um homicídio de uma criança de cinco anos e depois de um suicídio do próprio autor. “Inicialmente, o casal, o autor e a vítima da tentativa de feminicídio, tiveram uma conversa em que ela pediu para o marido que fosse feita a separação do casal. Porque, segundo ela, dias antes, ele teria agredido ela e como ela não aceitava essa situação, ela iria pedir o divórcio e queria que fosse tudo de maneira consensual. Então, eles chegaram, sentaram ali, por volta do horário do almoço, conversaram sobre esse possível divórcio entre eles, separação. A princípio o autor não queria essa separação, mas acabou concordando”, relatou o delegado.
Após isso, Farias disse que ele se sentou no sofá e ficou ali alguns minutos. A vítima, no caso a esposa dela, foi fazer as tarefas dela dentro de casa quando, logo em seguida, foi surpreendida com ele golpeando-a pelas costas. “Diversas lesões provocadas por faca nas costas dela, então ela foi projetada ao chão e ao chão ali, enquanto ela ainda estava acordada, ela conseguiu visualizar o momento em que o autor vai até o quarto da criança, segura a criança pelos cabelos e inicia golpes, inicialmente, na face e pescoço da criança. O laudo comprova que a criança ainda tentou se defender, colocando a mão na frente da faca. Ela recebeu golpes na mão também. E, logo em seguida, a mulher desmaia. Ela perde a consciência. Então, ela conseguiu ver apenas esse início das agressões contra a criança”, detalha o delegado.
Quando a vítima acorda do desmaio, na residência e toda lesionada, ela rastejou por cima do corpo do autor, que já teria cometido suicídio, consegue acessar o celular que estava no bolso dele e chamar ajuda. “E com base nisso, depois foi feita toda a ajuda ali e ela sobreviveu.”
Farias disse que o laudo comprova que todas as lesões que ela sofreu foram nas costas. “Ele pegou ela realmente de surpresa. Não teve a possibilidade dela se defender. E depois de golpear ela, acreditando que ela já estaria morta, ele partiu para a agressão contra o filho de 5 anos. E pelo porte físico não teve nem como reagir àquelas agressões cometidas pelo próprio pai.”
Com base nas informações obtidas, a Polícia Civil concluiu que o motivo do crime foi o autor não aceitar o divórcio. “E por conta disso ele tentou exterminar a família inteira dele”, destacou o delegado. Segundo ele, a mulher falou que foi a primeira vez que o marido a agrediu. “Mas como ela já vinha de uma família tradicional que não aceitaria esse tipo de situação, ela queria botar um fim no relacionamento deles”, concluiu Farias.