(VÍDEO) “É um problema de saúde que reflete na segurança pública”, diz delegado sobre a drogadição

O delegado Fernando Farias, responsável pela Divisão de Investigação Criminal (DIC) da Polícia Civil de Brusque, falou, no Rádio Revista Cidade desta quinta-feira (13), sobre as ações realizadas pelo órgão para a combater o tráfico de drogas.

Hoje, de acordo com Farias, os indivíduos têm facilidade para se envolver com o tráfico de drogas, pois utilizam as redes sociais para vender as substâncias ilícitas. Segundo ele, tem bastante disque-entrega de drogas na cidade, o que leva a PC a ter que aprofundar as investigações. “A pessoa faz um pedido pelo WhatsApp, pelo Instagram e o traficante vai lá na porta dele e entrega droga ou encontra ele na praça e entrega droga. Se a gente abordar esse traficante no caminho, ele vai estar com pouca quantidade de droga, porque normalmente leva só o que foi pedido. Então, se faz abordagem. Possivelmente, ele se encaixa ali na questão do uso e não vai ficar preso. É isso o que a gente notou. Então, a gente tem que trabalhar um pouco mais para identificar as vendas ou localizar onde estão depositando essa droga.”

A realidade que Brusque enfrenta é preocupante, conforme o delegado. Ele disse que a demanda por entorpecentes é grande devido ao alto número de usuários na cidade. “É um problema de saúde que reflete na segurança pública”, lembrou.

O delegado ressaltou um ponto importante sobre a mobilidade tanto dos traficantes quanto dos moradores de rua (autores de furtos e de roubos), que migram de um local para outro ou até mesmo de uma cidade para outra. Segundo ele, esse movimento é uma característica que dificulta o trabalho das autoridades no combate à criminalidade. “O mesmo morador de rua ele fica um tempo aqui em Brusque. Ele vai para Blumenau. De Blumenau vai para Itajaí e é aquela rotatividade das pessoas que estão em situação de rua”, explicou.

Disque Denúncia

Com relação aos casos recentes de moradores de rua suspeitos de ameaçarem pessoas e de estarem traficando drogas na Praça Imigrantes de Karlsdorf, no centro de Brusque, o delegado disse que a ameaça é um crime contra a honra. Em razão disso, a Polícia depende das vítimas para poder agir. “A vítima, ela realmente precisa fazer um boletim de ocorrência e procurar a delegacia. Vai se incomodar um pouco, porque ela vai ter que aparecer no caso, mas é possível fazer sim. Fazer com que essa pessoa que fez a ameaça, essa pessoa em situação de rua responda pelo crime”, explicou.

Já no que diz respeito ao tráfico de drogas, Farias assinalou que a Polícia Civil conta com a ajuda da comunidade para ajudá-la. “A população pode nos ajudar também se conseguir fazer algum tipo de vídeo de maneira oculta e desde que não se exponha. A gente não quer que ninguém se exponha nessa questão. Se conseguir fazer um vídeo, assim entregando droga, recebendo dinheiro, já ajuda. Pode encaminhar para o Disque Denúncia da Polícia Civil ou até mesmo procurar a mim lá na delegacia da DIC, que eu atendo a pessoa, recebo esse vídeo e a gente conversa sobre a situação ali, para a gente fazer um trabalho também nessa praça.”

Farias frisou que o papel da comunidade é muito importante para combater o tráfico. “A Polícia não está em todos os lugares, mas a comunidade está. Então, se você identifica que tem uma movimentação suspeita com seu vizinho ou na sua rua, dá para fazer uma denúncia.

As denúncias podem ser feitas para o telefone 181, pelo WhatsApp (47) 3251.8301 ou pelo Instagram - @pcsc.dicbrusque.