A entrevistada do Conexão 92 desta quinta-feira (27) foi a presidente do Conselho Municipal Antidrogas de Brusque (Comad), Jacineide Knihs, a Jaci. Recentemente, o Comad realizou uma live onde abordou a questão dos jogos patológicos e destacou que mais de dois milhões de brasileiros sofrem com a dependência em jogos de azar (ludopatia).

A ludopatia é considerada uma doença pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Jaci disse que o jogo patológico é um transtorno psiquiátrico que se caracteriza por apostar compulsivamente em um jogo de azar apesar das consequências negativas. “A pessoa ela sente que ela está fazendo aquilo compulsivamente, ela está tendo perdas pessoais, profissionais, financeiras, mas ela não consegue parar. Ou seja, se torna uma patologia, se torna uma doença”, explicou.

De acordo com a presidente, muitas das pessoas quem se tornam dependentes dos jogos de azar podem ter comorbidades. “Ela é ansiosa. Ela é depressiva. Ela tem uma dificuldade de socialização, então ela é uma pessoa tímida”, exemplificou.

Para prevenir a doença, Jaci recomendou às pessoas para cuidarem com quem se relacionam. “Vale a máxima me diga com quem andas e te direi quem és.” Ela também destacou a importância de cuidar da saúde mental. “Qual é a minha fuga? Em nome de que eu preciso desse jogo para eu me anestesiar?”, sugeriu algumas perguntas que podem ser feitas no processo de autoanálise.

No que tange aos órgãos públicos sobre essa questão, ela considera importante que os mesmos invistam em espaços de lazer. “No lazer, o cérebro também produz os neurotransmissores do prazer (assim como ocorre quando a pessoa está em um jogo de azar)”, ressaltou.

Ela mencionou ainda que quem quiser pode buscar ajuda psiquiátrica, bem como participar de grupos de ajuda. “O jogo, como qualquer dependência, ele age diretamente no sistema nervoso, no nosso sistema de compensação.”

Conforme Jaci, é desafiador para as pessoas reconhecerem que estão dependentes de algo (álcool, drogas ou jogos de azar).