Depois de o prefeito de Brusque, André Vechi (PL), falar aos ouvintes e internautas do Rádio Revista Cidade desta segunda-feira (31), sobre o motivo de a prefeitura ter escolhido o Loteamento Schaefer para construir uma Unidade Básica de Saúde (UBS), nesta terça-feira (1º) foi a vez de três moradores do loteamento participarem do programa. Salésio Buss, Dagonar Antonio Carneiro e Marcelo Gallassini são contrários à instalação de um posto de saúde no local.
Na última sexta-feira (28), eles entregaram à prefeitura um documento explicando os argumentos técnicos, jurídicos e ambientais contra a mudança na destinação do terreno, que consta no memorial descritivo do loteamento, aprovado em 1987, como “área comum”.
Buss comentou que os moradores do Loteamento Schaefer recém se manifestaram porque foi somente agora que souberam do assunto, assim como a Câmara de Vereadores, que é o órgão que representa os interesses da população.
Preocupação com o meio ambiente
No Rádio Revista Cidade, Carneiro falou que não é que eles sejam contra a UBS, mas o que o grupo está levando em conta é a questão ambiental, pois o local escolhido pela prefeitura para erguer o posto é uma área verde com córrego. Eles contrataram um geólogo para analisar o solo do local. Estão aguardando o laudo. “Ensinamos às nossas crianças que temos que preservar o verde, aí vem um gestor e derruba mais de 100 árvores, sendo que tem outras opções.”
Carneiro mencionou que eles apresentaram à prefeitura sete opções de áreas na cidade para construção da UBS. Sua sugestão é que o posto de saúde fosse construído na área atrás da Policlínica, que hoje é um depósito de carros velhos. “A prefeitura tinha a faca e o queijo na mão”, ressaltou, mencionando que a unidade pode ser instalada em um bairro ou, se for no centro, em um local que seja de fácil acesso para quem dependem de transporte público, por exemplo.
Buss disse que limpa aa área verde há mais de 15 anos, tendo também plantado palmeiras e árvores frutíferas no espaço. “Temos um cuidado enorme com essa área. Isso é patrimônio nosso”, destacou. Com relação ao fato de o prefeito ter comentado que a área vale cerca de R$ 6 milhões e que poderia ser leiloada, Buss disse que isso é despreocupação com o meio ambiente. “Não podemos pensar só em cifrão, em números. Temos que pensar que a nossa cidade não tem praças, não tem verde. Então, nós temos que preservar o verde e é isso que nós queremos”, afirmou.
De acordo com Buss, a Comissão Municipal de Saúde (Comusa) declarou ciência, em novembro de 2023 através de parecer, com relação à verba do Ministério da Saúde para construção de uma nova UBS no centro da cidade. No documento do órgão, Buss informou que consta que a unidade de saúde seria construída na rua Daniel Imhof e que não haveria contrapartida da prefeitura. Porém, o prefeito disse, no Rádio Revista Cidade, que a obra está orçada em R$ 4,4 milhões – R$ 2,7 milhões do Ministério da Saúde, através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC Saúde), e R$ 1,7 milhão de contrapartida do governo municipal. “Um prefeito não pode ir à rádio e não pode comunicar as coisas de forma a não dar transparência, porque para nós, lá na reunião que fizemos no dia 27, ele disse que o investimento era de R$ 4 milhões. Ontem (31 de março) já passou para R$ 4,4 milhões. Quer dizer aumentou 10%”, observou Buss.
Ele frisou ainda que a Comusa emitiu o parecer, no entanto com a ressalva de realizar uma visita técnica no local, o que ainda não ocorreu.