(VÍDEO) Ludopatia: Rabelo e Jacineide explicam sobre o vício em jogos de azar

O vício em jogos de azar foi tema da entrevista do Rádio Revista Cidade desta segunda-feira (7). O programa contou com a participação da presidente do Conselho Municipal Antidrogas de Brusque (Comad), a psicoterapeuta Jacineide Minela Knihs, e do psicólogo do Centro de Atenção Psicossocial (Caps AD) de Brusque, Glauber Rodrigues Rabelo.

Conhecida como vício em jogar ou jogos patológicos, a ludopatia é considerada uma doença pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). “Tanto as substâncias, o álcool, esses externos, causam a dependência tanto quanto os jogos, que não se consome nada efetivamente, mas causa tanta dependência quanto”, explicou Jacineide.

De acordo com Rabelo, o aumento no número de jovens interessados em jogos de azar está relacionado à revolução informacional. “A internet, ela tem dado esse espaço em que as pessoas de qualquer momento têm acesso. Faça através de tablets, notebooks, celulares e, principalmente, a construção de plataformas virtuais relacionadas a jogos. Além do mais, a questão de influenciadores”, ressaltou.

Jacineide disse que o vício em jogos de azar é uma dependência silenciosa que parece estar sendo normalizada pela sociedade, devido às propagandas comerciais. Em razão disso, ela mencionou que o Comad abordou recentemente o assunto com o deputado estadual Napoleão Bernardes (PSD). “Já era uma preocupação das pautas dele, dos estudos e das proposições, porque eles também vêm percebendo essa demanda crescente e todo esse estrago que vem causando na sociedade.”

Falácias relacionadas aos jogos

O psicólogo lembrou que uma característica marcante no discurso do paciente são as falácias relacionadas aos jogos. “Vou dar um exemplo bem prático, né? Pode até ser colocado dentro de uma perspectiva geral. Hoje sonhei com o número 13. Então, significa que é um sinal que hoje eu estou com sorte. Ocorrem muito essas características dentro da falácia de um paciente que tem os jogos patológicos. E também a necessidade de sempre fazer reparo, relacionado a uma perda anterior, quando envolve o aspecto financeiro.”

Rabelo disse que o paciente já começa a conceber isso quando ele já tem um prejuízo financeiro que envolve os bens pessoais. “Carro, casa, prejuízo no contato com os familiares. Por que dentro dessa dinâmica familiar? Porque ele acaba envolvendo o ciclo primário dele. Nossa, isso aqui que eu estou jogando mudou a minha vida. Só que ele sempre vai falar das vantagens relacionadas ao ganho. Ele nunca vai levar em consideração as perdas anteriores. É uma característica que é muito evidente na fala dos pacientes.”

Participação da família no tratamento

No Caps AD, o tratamento a esses pacientes inclui medicamentos e de atendimentos em grupo e individuais. “Quando se trata de tratamento, é todo esse conjunto, só que isso aí depende de uma avaliação da equipe multidisciplinar, que tem uma dimensão interdisciplinar. Qual é a diferença? Tem todo um conjunto de saberes, conhecimentos relacionados a tratamento que dê o maior direcionamento ao paciente”, assinalou o psicólogo.

A noradrenalina e a dopamina são as substâncias químicas liberadas no cérebro durante o jogo, que causam sensação de prazer e alívio. “Quando se trata de tratamento seria basicamente concentrado no aspecto da compulsão. Seria mais a repetição de um padrão desenfreado até severo relacionado a um vício. E também outra característica seria a impulsividade, que geralmente os pacientes, eles têm a incapacidade de resistir algo que propõe a ideia de vício, por isso que é muito difícil eles frearem.”

Ele mencionou que existe a possibilidade do dependente em jogos de azar viver da melhor maneira possível. “Lidando com seu comportamento, o qual ele vai ter que perceber isso com o tempo. Os prejuízos que ele tem captado relacionados aos jogos patológicos.”

Conforme o psicólogo, o tratamento basicamente deve ser contínuo e o paciente pode ter recaídas. No entanto, o item mais importante no processo de recuperação é que ele vigie os pensamentos e os comportamentos que são, geralmente, persistentes. “Essa vai ser a maior responsabilidade por parte do paciente”, destacou.

Embora o Caps AD atenda poucos pacientes que estão envolvidos com os jogos patológicos, o psicólogo assinalou que isso não significa que a demanda seja baixa. “Envolve todo um aspecto que se chama de pré-contemplação. O sujeito demora muito para perceber a questão dos prejuízos. Ele fica naquela situação de estar sempre tentando reparar aquilo que ele gastou. Então, ele fica nesse ciclo vicioso relacionado às apostas. É uma situação que deve ser vigiada atentamente pelo próprio sujeito que tenha dificuldade relacionada aos jogos patológicos.”

O Caps AD conta com a participação dos familiares para ajudar na recuperação dos pacientes. “A família é afetada. É por isso que é interessante a participação da família, para tentar relativizar possíveis consequências relacionadas à perda de bens”, explicou Rabelo.

Mais espaços de lazer

Na tentativa de amenizar o número de dependentes em jogos patológicos, Jacineide defende que Brusque tenha mais espaços de lazer. “A gente fala na questão da prevenção e aí trazendo para os órgãos públicos a questão de espaços de lazer, para a pessoa também liberar estes hormônios do prazer através do lazer. Ter mais espaço de lazer para as pessoas, famílias, adultos, crianças terem onde buscar essa satisfação que os jogos trazem.”

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