Em sessão acalorada na Câmara de Vereadores de Guabiruba nesta terça-feira (15), o caso do despejo irregular de material têxtil no bairro Lageado Baixo provocou intenso debate entre os parlamentares. O episódio, que já havia sido denunciado por moradores à Cidade FM, envolveu o descarte inadequado de diversos sacos com retalhos de malhas e tecidos em uma área de mata na rua Gilmar Pollheim.
O vereador Justavo Barroso e Silva (Podemos) utilizou a tribuna para questionar a falta de transparência na resposta a um pedido de informação sobre o caso. Visivelmente incomodado, o parlamentar criticou o fato de os nomes dos responsáveis terem sido ocultados no documento enviado à Câmara.
"Cadê a transparência? O que essa pessoa que transportou esse resíduo tem que nós não podemos ficar sabendo?", questionou Justavo, dirigindo-se indiretamente ao prefeito. "Transparência é não ter vergonha do que é. Transparência é assumir o que faz."
O presidente da Câmara, Alexandre Felipe Pereira (Progressistas), interveio explicando que a omissão dos nomes se devia à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). "Quando se trata de uma autuação, uma infração cometida, nós precisamos nos enquadrar na LGPD. Não é que a administração não quer ser transparente", esclareceu Xande, informando que os responsáveis já haviam sido penalizados e o processo seria encaminhado ao Ministério Público.
A discussão tomou um rumo inesperado quando o vereador Carlos Henrique Graf da Silva (PSD) fez um aparte para revelar que era ele próprio o envolvido no caso. "Eu sei o porquê tantas pessoas perguntam. É porque estava o meu nome envolvido", declarou Carlos, sugerindo que o interesse no caso tinha motivação política.
O vereador Carlos defendeu-se afirmando que sua empresa trabalha com resíduos têxteis e que tem ajudado empresas na destinação correta de materiais. "O que era para ter sido feito, foi feito. A comunidade me conhece, as pessoas que me conhecem sabem quem eu sou", argumentou, sugerindo que o foco deveria ser a resolução do problema das estopas em toda Guabiruba, não apenas neste caso específico.
Segundo informações da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, os infratores já foram identificados e multados em R$ 10 mil cada. A denúncia foi registrada em 12 de dezembro de 2024, e a vistoria constatou o despejo clandestino de material contaminante do solo. Tanto o motorista quanto o proprietário dos resíduos foram notificados e autuados em flagrante.