Na tarde desta terça-feira (29), o delegado Fernando Farias, da Polícia Civil de Brusque, falou à imprensa sobre os desdobramentos da Operação Válvula de Escape, que investiga uma organização criminosa envolvida com tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Ao todo, 19 ordens judiciais foram cumpridas durante a ação.
“Essa é uma investigação que começou em abril do ano passado, 2024, com algumas prisões aqui em Brusque, de pessoas que estavam ali vendendo droga. A partir disso, a gente começou a rastrear de onde essa droga vinha e, principalmente, para onde estava indo o dinheiro”, explicou o delegado.
Segundo Farias, a droga era fornecida por um suspeito que transitava entre Brusque e Balneário Piçarras. Ele utilizava contas bancárias em nome de terceiros, os chamados “laranjas”, que recebiam um valor mensal para ceder suas contas ao grupo criminoso.
“Em cerca de oito meses, eles movimentaram aproximadamente R$ 3,5 milhões. Esse dinheiro era de tráfico, e a gente conseguiu identificar que ele fazia o papel de válvula de escape, nesse intercâmbio entre dinheiro e droga”, destacou.
Durante as investigações, a polícia identificou que o suspeito operava com duas empresas em Itajaí e com outras seis pessoas, facilitando a lavagem do dinheiro com venda de veículos e lojas de conveniência.
“O traficante passava o dinheiro pra ele, ele passava a droga pro traficante, e o traficante vendia aqui. Esse dinheiro, que não tinha origem comprovada, era lavado por meio dessas empresas. Com base nisso, a gente representou pela apreensão dos bens”, disse Farias.
Entre os veículos apreendidos estão dois Chevrolet Camaro e um Caoa Chery de luxo, que, segundo o delegado, têm origem ilícita e serão vinculados ao processo para posterior reversão ao Estado.
“Hoje, a gente já tem sete pessoas presas durante a investigação e mais duas presas hoje. Uma delas é justamente essa pessoa que coordenava as contas, e a outra foi presa em flagrante com droga e arma de fogo aqui em Brusque.”
Ainda segundo Farias, inicialmente o foco era apenas o tráfico, mas o avanço da apuração indicou crimes mais complexos.
“Nesse primeiro momento, tráfico de drogas. Mas agora, com tudo que a gente já conseguiu levantar, possivelmente vai haver indiciamento também por lavagem de dinheiro e organização criminosa.”
A Polícia Civil segue com as diligências e ainda avalia o total de bens que poderão ser recuperados com a operação.