A Polícia Civil de Santa Catarina, por meio da Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso (DPCAMI) de Videira, concluiu o inquérito sobre a morte de uma criança que foi esquecida pela madrasta no carro da família. O caso aconteceu no dia 25 de abril, em município de Videira, no Meio-Oeste catarinense.
De acordo com o delegado Édipo Flamia Hellt, responsável pela investigação, o inquérito foi finalizado com o indiciamento da madrasta por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. A conclusão levou em conta laudos periciais, imagens de câmeras de segurança, depoimentos de testemunhas e a análise do histórico da rotina da investigada.
Segundo o delegado, a criança faleceu por asfixia dentro do veículo. O corpo foi encontrado com rigidez cadavérica completa, indicando que o óbito havia ocorrido há algumas horas antes da chegada dos bombeiros. Imagens analisadas pela Polícia mostram que a criança ainda apresentava movimentos dentro do carro por volta das 9h05, horário estimado para a morte.
“Apesar de não ter agido com dolo, a investigada foi negligente. Ela se omitiu no dever de cuidado e havia previsibilidade objetiva, pois esse trajeto era parte da rotina dela”, afirmou Hellt.
A mãe da criança contou em depoimento que só foi informada sobre o ocorrido no fim da tarde, quando recebeu uma mensagem da madrasta pedindo perdão. A escola onde a criança estudava também relatou que, no dia anterior, o menino apresentava sintomas gripais e dor de dente, por isso não estranharam sua ausência.
A investigação também apurou que a madrasta estava em tratamento médico para transtornos de ansiedade e déficit de atenção, fazendo uso de medicação controlada, fato confirmado pela psiquiatra responsável.
O delegado ressaltou que tecnologias simples, como aplicativos de navegação com lembretes de crianças a bordo, poderiam ter evitado a tragédia. O inquérito agora segue para análise do Ministério Público, que poderá apresentar denúncia, pedir diligências complementares ou arquivar o caso.