A transformação digital trouxe grandes benefícios, mas também abriu portas para ameaças cibernéticas cada vez mais sofisticadas. Em entrevista ao programa Rádio Revista Cidade, desta quinta-feira (8), o especialista em segurança da informação, Marlon Willrich, falou sobre a crescente complexidade dos ataques e as medidas de proteção para empresas e usuários.
Nos últimos anos, a tecnologia usada por hackers evoluiu rapidamente. Segundo Marlon, isso ocorre devido ao fácil acesso a ferramentas de invasão e ao aumento do poder de processamento. “Hoje o hacker tem muito mais ferramentas, mais poder de processamento. A nuvem facilita isso também”, afirmou.
Essa evolução permitiu que ataques, antes complexos, se tornassem acessíveis a grupos menores, mas igualmente perigosos. “Eles trabalham diariamente para arrumar formas de atacar a pessoa, explorar dados e acessar bancos”, alertou Marlon.
Proteção das empresas
Empresas precisam adotar medidas preventivas e estruturais para conter as ameaças. Uma das principais defesas é o uso de firewalls atualizados com filtros. “Nos sistemas de firewall, conseguimos bloquear links maliciosos automaticamente”, explicou Marlon.
Além disso, é essencial treinar os colaboradores. Willrich destacou que muitas empresas ainda não investem nessa área. “Existe muito pouco treinamento em segurança para os colaboradores, é um item a ser implementado”, afirmou. Ele também recomenda limitar o acesso a sistemas críticos: “Se a senha for verificada, o impacto será menor.”
Golpes comuns no Brasil
Entre os golpes mais comuns está o phishing, onde criminosos tentam roubar senhas e dados bancários por meio de links falsos ou e-mails fraudulentos. “Existem soluções pagas que ajudam a proteger contra esses ataques”, contou Marlon.
Outro problema grave no Brasil é o vazamento de dados pessoais. Willrich comentou que a comercialização desses dados se tornou um negócio lucrativo. “Hoje vender dados é mais lucrativo do que outros produtos”.
Dicas para o usuário comum
No uso doméstico, o maior erro é o uso de senhas fracas ou repetidas. Marlon recomendou o uso de um gerenciador de senhas, como o LastPass. “Ele cria senhas complexas e as guarda com criptografia. Só você terá acesso aos dados”, explicou.
Ele também orienta a nunca anotar senhas em lugares visíveis, como no cartão: “Já vi gente que cola no cartão. Aí já era”, concluiu.