Trabalhadores têxteis rejeitam proposta patronal por unanimidade e mantêm mobilização para possível estado de greve

O auditório Luiz Carlos Groh do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Fiação e Tecelagem de Brusque, Guabiruba, Botuverá e Nova Trento (Sintrafite) ficou lotado na manhã deste domingo, 25 de maio, durante a assembleia da campanha salarial 2025/2026. O encontro teve como pauta principal a análise e votação da proposta apresentada pelo sindicato patronal.

O presidente do Sintrafite, Altair Stofela, abriu os trabalhos explicando todo o processo de negociação com o setor patronal até o momento. Ele relatou que a primeira proposta recebida foi, na prática, uma afronta à categoria. Além de um reajuste considerado insuficiente, os patrões tentaram retirar cláusulas da convenção coletiva — um ataque direto aos direitos conquistados ao longo dos anos.

“O Sintrafite agiu de forma rápida e responsável para proteger os direitos dos trabalhadores e apresentou uma contraproposta, levando em conta as perdas salariais, a inflação e as dificuldades enfrentadas por quem vive do seu trabalho”, afirmou Srofela.

Indignação e voz ativa da categoria
A indignação tomou conta da assembleia. Muitos trabalhadores se manifestaram, deixando claro que não aceitam mais a desvalorização que enfrentam no dia a dia.

“O que é o patrão sem a gente? Não é nada!”, disparou uma trabalhadora, sob aplausos.

Outro trabalhador levantou uma questão que ecoou no auditório. “Dezessete empresas estão decidindo por mais de 400 empresas do setor. Isso é justo? Não é”.

A percepção geral é de que o poder de compra dos trabalhadores está sendo corroído, enquanto o setor patronal se recusa a reconhecer o valor de quem produz a riqueza nas fábricas.

“A categoria está sendo mal remunerada e desrespeitada. Não é só por dinheiro, é por reconhecimento, é por dignidade”, afirmou um dos presentes.

Para muitos, foi a primeira experiência participando de uma assembleia, e o sentimento foi de fortalecimento.

“Aqui a gente vê que o trabalhador tem voz. Isso é lutar pelos nossos direitos. A gente não pode ter medo. A gente é o sindicato”, declarou um trabalhador.

Rejeição unânime e próxima assembleia decidirá sobre estado de greve

A proposta do patronal foi rejeitada por unanimidade, em um verdadeiro ato de coragem e união da categoria. A assembleia também deliberou uma nova contraproposta, mais alinhada às necessidades dos trabalhadores:

● Reajuste salarial de 10%;
● Piso salarial de R$2.500,00;
● Adicional noturno de 25%;
● Rejeição total de retiradas de benefícios convencionados.
● Renovação de todas as cláusulas da convenção coletiva.
Além disso, ficou definido que, caso na próxima rodada de negociações não haja uma proposta que contemple as reivindicações da categoria, será colocado em votação o estado de greve na assembleia marcada para o dia 1º de junho.

O que significa estado de greve?
O estado de greve é um instrumento legal e democrático que sinaliza que os trabalhadores estão organizados, mobilizados e dispostos a deflagrar uma greve, caso não haja avanço nas negociações ou os direitos continuem sendo desrespeitados.

Na prática, é um recado direto ao setor patronal: ou há valorização, ou os trabalhadores podem cruzar os braços.

Por enquanto, os trabalhadores seguem mobilizados, atentos e firmes na luta. A decisão sobre o estado de greve será tomada na assembleia do dia 1º de junho.

“Não queremos greve, queremos valorização. Mas, se for necessário, não vamos hesitar. A força dos trabalhadores está na união e na mobilização. Juntos somos mais fortes”, reforçou Altair Stofela.

A luta continua
A assembleia deixou um recado claro: os trabalhadores não aceitam mais serem desrespeitados e seguem firmes na luta por dignidade, valorização e melhores condições de trabalho.

A próxima assembleia, no dia 1º de junho, terá como pauta principal a votação que pode aprovar o estado de greve, caso não haja avanço nas negociações. “Tudo o que for decidido aqui será encaminhado. A luta é de todos. Só quem luta conquista”, concluiu o presidente do Sintrafite.

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