O prefeito de Brusque, André Vechi, que também preside o diretório municipal do Partido Liberal (PL), foi categórico ao afirmar que o ex-candidato a prefeito, Danilo Visconti, não será candidato pela legenda nas eleições de 2026. A declaração foi feita durante entrevista ao programa Rádio a Revista Cidade, da Cidade FM, nesta quarta-feira (3).

Filiação de Visconti gera polêmica

A questão veio à tona após informações divulgadas pelo presidente nacional Foro do Brasil, padre Kelmon Luis Da Silva Souza, sobre uma possível filiação de Visconti ao partido. Vechi revelou que recebeu a informação com surpresa na segunda-feira e imediatamente entrou em contato com o diretório estadual para verificar a veracidade dos fatos.

“Eu recebi com surpresa essa informação. O diretório do PL estadual também não sabia de nada, e aí a gente emitiu a nota”, explicou o prefeito, esclarecendo que posteriormente o diretório estadual conversou com Padre Kelmon para entender a situação.

O prefeito fez questão de ressaltar que não se trata de uma questão pessoal contra Visconti, com quem mantém boa relação profissional no Registro de Imóveis, onde ele atua como parceiro da prefeitura. No entanto, Vechi criticou a falta de diálogo sobre a filiação.

“O PL tem diretório em Brusque, tem prefeito, tem presidente, tem diretório de Santa Catarina, que tem presidente, que é o governador Jorginho Mello, que não gosta desse tipo de imposição, sem nenhum tipo de diálogo”, afirmou.

Estratégia eleitoral em construção

Quanto à possível candidatura, Vechi foi enfático: “O que eu posso falar com tranquilidade, e posso cravar aqui ao vivo, é que pelo Partido Liberal, o Danilo Visconti não será candidato. Ponto.”

O prefeito explicou que o partido já está em articulação com outras legendas da base governista - Republicanos, Podemos, PRD e PP - para definir uma estratégia que minimize a pulverização de votos e maximize as chances de conquistar cadeiras nas assembleias legislativas.

“A gente tem conversado com os partidos que hoje estão na base, para tentar lançar o mínimo de candidaturas, para não pulverizar os votos, e a gente ter candidaturas competitivas para poder chegar numa cadeira de deputado federal e uma estadual, que é a nossa meta”, detalhou.

Carlos Bolsonaro para o Senado: “Não vai se concretizar”

Sobre a possibilidade de Carlos Bolsonaro ser candidato ao Senado por Santa Catarina, Vechi demonstrou ceticismo. “Eu confesso que essa discussão do Carlos ser candidato aqui pelo Senado, por Santa Catarina, assim, eu não vejo que isso foi uma estratégia para sentir a febre, né? A aceitação no estado. Eu acho que não vai se concretizar, não.”

O prefeito destacou que o PL possui quadros locais qualificados para disputar o Senado, citando nomes como Caroline De Toni, Julia Zanatta e Daniela Reinehr. Ele também considerou improvável que o governador Jorginho Mello aceite uma “imposição” que destinaria as duas vagas do Senado ao PL.

Ari Vequi: nome em análise

Questionado sobre a possível candidatura do ex-prefeito Ari Vequi à Assembleia Legislativa pelo PL, André Vechi adotou postura cautelosa. Ele confirmou que Ari o procurou demonstrando interesse, mas ressaltou que o principal obstáculo é a questão da elegibilidade, que ainda está sendo resolvida na Justiça.

“Eu falei para ele, olha Ari, o teu desafio maior é voltar a ser elegível, que é um desafio que ele está batalhando na justiça já, desde o episódio da cassação”, explicou.

O prefeito revelou que o governador Jorginho Mello já conversou com ele sobre o assunto, mas enfatizou que qualquer decisão será tomada em conjunto com o diretório partidário e os quatro vereadores do PL que são potenciais candidatos.

Composição da base na Câmara

Sobre a composição dos partidos da base na Câmara Municipal, Vechi esclareceu que o acordo firmado para 2024 não vincula as decisões de 2026. “Quando a gente fez a construção para a eleição de 2024, ele não amarrou 2026”, disse, reconhecendo a pressão dos diretórios estaduais para que os partidos lancem candidatos próprios.

O prefeito demonstrou otimismo em manter o diálogo com os aliados, buscando limitar a dois o número de candidatos do grupo a deputado estadual e federal, para evitar a divisão excessiva de votos.

As definições mais claras sobre candidaturas devem ocorrer apenas a partir de abril de 2026, quando se encerra o prazo de filiação partidária, segundo Vechi.