O Conexão 92 desta sexta-feira (11) recebeu Patrícia Bernardi Sassi, diretora de Atenção Farmacêutica da Prefeitura de Brusque. Ela falou sobre a introdução das canetas de insulina reutilizáveis no SUS, uma mudança importante para os pacientes com diabetes atendidos pela rede pública.
De acordo com Patrícia, a substituição das canetas descartáveis pelas reutilizáveis foi determinada pelo Ministério da Saúde após uma mudança no processo de aquisição. “Antes, as canetas vinham com o refil fixo. Agora, os pacientes recebem uma caneta que pode ser utilizada por até três anos, apenas trocando o refil quando necessário”, explicou.
Ela destacou que o tratamento segue o mesmo e não há prejuízo no efeito da insulina. O que muda é o modo de uso, o que exige orientação. “Estamos capacitando as equipes das unidades de saúde para atender corretamente os pacientes e evitar erros, principalmente entre quem usa dois tipos de insulina.”
A distribuição começou de forma centralizada na farmácia básica e em algumas unidades de saúde. A intenção da Secretaria é, com a conclusão dos treinamentos, descentralizar novamente a entrega para todos os bairros. Nesta semana, cerca de 140 servidores passaram por capacitação.
Segundo Patrícia, Brusque deve realizar a troca de aproximadamente 1.800 canetas. Elas são indicadas principalmente para pacientes de 0 a 19 anos, acima de 45 anos, pessoas com baixa visão, caminhoneiros ou outros casos específicos. O Ministério da Saúde fornece as canetas com base na estimativa de pacientes e um acréscimo de 5%.
A diretora também reforçou a importância do cuidado com o armazenamento da insulina. “Ela pode ficar fora da geladeira por até 30 dias, mas o ideal é que seja transportada em isopor ou bolsa térmica e guardada corretamente.”
Além da distribuição, Patrícia falou sobre o trabalho preventivo realizado pela atenção primária. “Cerca de 90% dos casos de diabetes são do tipo 2, que estão relacionados ao estilo de vida. Por isso, orientamos os pacientes sobre alimentação saudável, prática de atividades físicas e cuidados com a saúde para evitar complicações.”
Ela alertou ainda que, quando não tratada corretamente, a diabetes pode evoluir para casos graves. “Temos casos em que o paciente precisa amputar membros. Por isso, todo cuidado é pouco.”
Por fim, Patrícia esclareceu que as populares “canetas emagrecedoras” não são fornecidas pelo SUS. “Há muita discussão sobre isso, mas nossa responsabilidade é garantir acesso ao tratamento essencial, com segurança e para todos que realmente precisam.”