No programa Rádio Revista Cidade desta segunda-feira (21), foi recebido Josemir Perim, presidente da Associação de Moradores do Limoeiro, de Itajaí. Durante a entrevista, ele falou sobre os desafios enfrentados pela comunidade, que vive em uma área dividida entre dois municípios e sofre com problemas de infraestrutura, educação e representatividade política.
O Limoeiro, com cerca de 5 mil moradores, está localizado entre Brusque e Itajaí, o que gera uma série de complicações administrativas. A água é fornecida pelo Samae de Brusque, enquanto a coleta de lixo é realizada por Itajaí. “É uma falta de organização entre os dois municípios. Quando você tenta transferir algo para uma cidade, precisa se preocupar com a outra. Tudo isso se reflete em dificuldades para os moradores”, afirmou Perim.
O trânsito pesado também é motivo de preocupação. Caminhões que seguem em direção à ponte de ligação entre os municípios trafegam diariamente pelas ruas do bairro, agravando os congestionamentos e aumentando os riscos em uma região com população crescente.
No entanto, a principal demanda atual é por educação. Segundo Perim, cerca de 70 crianças devem ingressar no primeiro ano do ensino fundamental em 2026, mas o bairro não dispõe de estrutura para atendê-las. “Nós precisamos de um colégio urgente”, enfatizou. Ele aponta que o crescimento populacional de cidades vizinhas, como Itajaí, não foi acompanhado por investimentos proporcionais em escolas e creches.
Na tentativa de buscar soluções, a comunidade está organizando uma reunião com o vereador Pedrão da Celesc, de Itajaí, para apresentar as demandas locais. Uma das estratégias é transformar a associação em entidade de utilidade pública, permitindo o acesso a recursos estaduais e federais para melhorias em infraestrutura e ações sociais.
Parcerias também estão sendo fortalecidas, como com a Associação de Moradores do Planalto, presidida por José Carlos, que ajudou a viabilizar a construção de um parquinho que atenderá famílias de ambos os municípios. “Queremos captar emendas e tirar o bairro da invisibilidade”, explicou.
Além das carências estruturais, o Limoeiro enfrenta a falta de representatividade política, já que sua localização entre duas cidades dificulta a atuação direta de vereadores ou lideranças. Mesmo sem interesse político pessoal, Perim defende a mobilização constante: “Não podemos esperar que as coisas aconteçam por si só. A nossa missão é não sair mais da porta deles e mostrar que, se não forem atendidos, vamos continuar insistindo” enfatizou ele.
Enquanto aguarda por investimentos em educação, saúde e mobilidade, a comunidade segue unida na luta por dignidade, com a esperança de conquistar melhorias concretas e fazer valer sua voz junto ao poder público.
Ao final da entrevista, Perim convidou os moradores e interessados a acompanharem as ações da associação também pelas redes sociais. “Quem quiser acompanhar o nosso trabalho, pode nós seguir no Instagram: @amlimoeiroitajai”, destacou.