(VÍDEO) Visconti minimiza declarações de Vechi sobre sua filiação e defende projeto conservador no PL
Na manhã desta quarta-feira (23), o empresário e ativista político Danilo Visconti concedeu entrevista ao programa Rádio Revista Cidade, da Cidade FM, para comentar sua recente filiação ao Partido Liberal (PL), oficializada em 15 de julho na sede nacional da sigla, em Brasília. A adesão de Visconti ao partido contou com o aval de nomes como Michelle Bolsonaro, Valdemar da Costa Neto e o ex-presidente Jair Bolsonaro, mas gerou desconforto no diretório local do PL em Brusque, especialmente após declarações contundentes do prefeito André Vechi, que também preside o partido na cidade.
Em entrevista no início do mês, no dia 3 de julho, Vechi foi enfático ao criticar a filiação de Visconti sem diálogo com a estrutura local do partido:
“O PL tem diretório em Brusque, tem prefeito, tem presidente, tem diretório de Santa Catarina, que tem presidente, que é o governador Jorginho Mello, que não gosta desse tipo de imposição, sem nenhum tipo de diálogo. O que eu posso falar com tranquilidade, e posso cravar aqui ao vivo, é que pelo Partido Liberal, o Danilo Visconti não será candidato. Ponto”, afirmou o prefeito.
Na entrevista desta quarta-feira, Visconti respondeu às declarações. Disse que sua aproximação com o PL nacional ocorreu por meio do padre Kelmon, presidente do Foro do Brasil, movimento conservador do qual Danilo é membro atuante, e reforçou que não houve qualquer imposição, mas sim um convite que reflete a afinidade entre seus posicionamentos e os princípios defendidos pela cúpula nacional da legenda.
“Foi o padre Kelmon que me apresentou à direção nacional do PL. Eles viram no nosso projeto aqui em Brusque uma sintonia com o que o PL defende nacionalmente. Não houve imposição. Fui acolhido pela Michele, pelo Bolsonaro, pelo Valdemar. O projeto agora é nacional. Mas até agora, não conversei pessoalmente com o presidente municipal do partido. Acredito que esse diálogo vai acontecer naturalmente”, disse.
Ao comentar a reação do prefeito, Visconti foi diplomático, mas demonstrou surpresa:
“Eu não entendi muito bem. Talvez tenha sido um mau humor matinal. Mas não estou aqui para brigar com ninguém. Tenho parceria com o poder público, inclusive em ações burocráticas. Quero construir, não dividir.”
Sobre a possibilidade de ser candidato a deputado federal em 2026, Visconti evitou cravar qualquer posição, embora seu nome tenha sido citado pelo próprio padre Kelmon como um dos quadros promissores do Foro do Brasil no PL.
“A política se faz com humildade. Quem decide se alguém será ou não candidato é a comunidade. Não é uma pessoa isolada. Eu tô tranquilo quanto a isso. A candidatura só se discute em 2026. Até lá, sigo trabalhando.”
Visconti também comentou a possível candidatura do vereador Carlos Bolsonaro ao Senado por Santa Catarina, dizendo não enxergar como “imposição” uma eventual transferência de domicílio eleitoral.
“Se o Carlos Bolsonaro vier candidato aqui, ganha. Porque o povo catarinense gosta dos Bolsonaro. Isso não é imposição, é apoio popular. Tem gente que se incomoda? Tem. Mas a política hoje é nacional. Santa Catarina só tem a ganhar com um senador com ligação direta com o ex-presidente.”
Ainda na entrevista, Visconti reafirmou sua identidade conservadora e a intenção de fortalecer o movimento de direita em Brusque por meio do Foro do Brasil, com a criação de uma sede local voltada à capacitação e debate político.
“Quero estruturar aqui em Brusque um espaço para palestras, seminários, formação. Mostrar o que é de fato o conservadorismo. Trabalhar pelas próximas gerações. Não faço isso por vaidade ou por salário. Quero deixar um legado.”
Sobre a possibilidade de buscar uma reconciliação com o diretório local, Visconti se mostrou aberto:
“Acredito que, mais cedo ou mais tarde, vamos conversar. A política exige diálogo. Se o André quiser me ligar, vou atender. E se eu ligar, espero que ele atenda. Eu estou aqui para ajudar o partido a crescer.”
Com mais de 22 milhões de visualizações em suas redes sociais apenas no último mês, Visconti termina a entrevista reforçando que seu projeto político é movido por convicções, e não por cargos:
“Se for da vontade da comunidade, em 2026 estarei à disposição. Se não for, sigo nos bastidores, fortalecendo a direita. O importante é fazer a política acontecer. Não impor. Construir.”