A deputada federal Daniela Reinehr (PL) foi a entrevistada do programa Rádio Revista Cidade na manhã desta sexta-feira (8), direto de Brasília, onde permanece devido ao acirramento político na capital federal. Logo no início da conversa, ela abordou com firmeza as recentes decisões do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que, segundo ela, estariam desrespeitando a independência entre os poderes. “Ele num canetaço derrubou a nossa decisão”, disse a deputada ao relatar o veto presidencial sobre o IOF que foi revertido pelo Congresso, mas posteriormente anulado por decisão monocrática. Reinehr defendeu o fim do foro privilegiado, chamando o ministro de “chantageador oficial do Congresso Nacional”.
A parlamentar também comentou sobre a movimentação em torno de uma possível candidatura do vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) ao Senado por Santa Catarina. Reinehr foi cautelosa ao tratar do tema, concordando com o governador Jorginho Mello sobre o momento ainda ser prematuro para definições. “Com todo respeito ao Bolsonaro e ao Carlos Bolsonaro, essa composição precisa atender aos interesses de Santa Catarina acima de qualquer situação”, afirmou. A deputada revelou que tem ouvido críticas de lideranças empresariais e do setor produtivo catarinense sobre a possibilidade, o que, segundo ela, demonstra insatisfação com a articulação externa ao Estado.
A entrevista também abordou o impacto das novas tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros, especialmente em Santa Catarina, estado com forte perfil exportador. Reinehr criticou a postura do governo federal, afirmando que “o Lula falou que não vai se humilhar perante o Trump”, mas que o país precisa de diplomacia e pragmatismo. Ela relatou que várias empresas catarinenses já deram férias coletivas e enfrentam incertezas quanto à exportação de produtos já embarcados ou prestes a seguir aos EUA. “O prejuízo já está aí, mas o governo não faz nada”, lamentou.
Encerrando a entrevista, a deputada reafirmou a gravidade da crise institucional brasileira. Citou documentos recebidos na Comissão de Segurança Pública sobre o 8 de janeiro, que segundo ela, “mostram um processo de condenação em massa, com foro incompetente”. Reinehr denunciou o que chamou de "perseguição política" e afirmou que “o Alexandre de Moraes está desacreditando e desmoralizando o nosso STF”. Em tom contundente, concluiu que o Brasil vive um momento de “vulnerabilidade institucional e econômica”, defendendo ação imediata para “frear os abusos de poder e restabelecer a justiça no país”.