A empresária Carla Cecília Ern, proprietária da Brusque Auto Center, participou do programa Rádio Revista Cidade para falar sobre sua trajetória no setor automotivo e o diferencial de sua oficina, que integra o movimento Oficina Amiga da Mulher. Com mais de 15 anos de experiência na DePaschoal, onde chegou à gerência, Carla decidiu em 2022 abrir seu próprio negócio, enfrentando o desafio de atuar em um ambiente ainda marcado pelo predomínio masculino.

Segundo a empresária, esse universo já mudou bastante, mas ainda carrega estigmas. Muitas mulheres continuam com receio de levar o carro para manutenção, justamente por ser um espaço visto como masculino. Para Carla, a chave está no respeito e na confiança: “Se a gente dá o respeito, a gente recebe o respeito de volta”. Por isso, ela estruturou a oficina de forma acolhedora, com recepção limpa, café, internet e banheiros organizados, quebrando a antiga imagem de oficinas sujas e desorganizadas.

O movimento Oficina Amiga da Mulher, criado pela especialista Bárbara Brier, já conta com mais de 100 oficinas certificadas no Brasil, e a Brusque Auto Center é a única credenciada na cidade. Para obter o selo, é necessário passar por treinamentos e adotar práticas de transparência no atendimento, explicando cada diagnóstico de forma clara. “Não adianta eu falar de uma peça técnica sem traduzir para o cliente. Eu uso comparativos simples para que todos entendam”, destacou Carla, reforçando o caráter educativo do projeto.

Além disso, a empresária já promoveu em Brusque um curso de mecânica básica para mulheres, aproximando ainda mais o público feminino da manutenção preventiva. Para ela, entender os cuidados com o veículo evita gastos maiores e situações de risco. “Uma simples manutenção preventiva pode evitar muita coisa, desde você ficar sem carro 15, 20 dias até gastar mais no bolso”, alertou. A iniciativa reforça o objetivo de desmistificar a mecânica e empoderar as mulheres no dia a dia.

Por fim, Carla lembrou que ainda existem preconceitos enraizados, como a ideia de que mulheres “não entendem de carro”. No entanto, ela observa que esse cenário vem mudando, com cada vez mais clientes buscando informação e até mesmo mulheres entrando na parte técnica das oficinas.