Haiti, Venezuela, Marrocos, Equador e Argentina são alguns dos países dos 45 imigrantes que participam do curso de Língua Portuguesa para estrangeiros, ofertado gratuitamente pela UNIFEBE. Ministrado pela professora Anelede Feuzer, o curso visa introduzir o idioma e torná-lo mais familiar aos imigrantes, que buscam no Brasil uma oportunidade de melhoria de vida. 

Karen Alicia Garcia vive no Brasil há seis anos. O sotaque espanhol em sua fala revela suas raízes latino-americanas. Da Venezuela, Karen veio ao Brasil para construir uma nova vida. Hoje, com toda a sua família morando em Brusque, tornou-se empreendedora e, com o namorado, administra uma lavação de carros.  

Para Karen, o curso representa uma oportunidade de aprimorar o idioma, aprender a escrever e pronunciar corretamente as palavras e, sobretudo, alcançar seu propósito principal: naturalizar-se brasileira. Nesse sentido, o curso ofertado pela UNIFEBE representa uma oportunidade de futuro no país estrangeiro, já que ter o curso é um dos critérios obrigatórios para permanecer legalmente no país, explica a professora. “Muitos já têm seu emprego, compraram casa, financiaram carro e encontraram no Brasil uma chance de recomeçar, mas ainda precisam regularizar sua cidadania. Por isso, o curso auxilia o imigrante, por meio do idioma, a se inserir na comunidade, no mercado de trabalho e, de fato, galgar o seu espaço na sociedade brasileira”, esclarece. 

Nas aulas, os participantes aprendem expressões familiares e cotidianas do idioma e são estimulados a desenvolver a comunicação escrita e falada. Nos encontros, os imigrantes também conhecem aspectos culturais e históricos do Brasil. Além de Karen, outras cinco pessoas do seu núcleo familiar participam da iniciativa, que é realizada semanalmente, na UNIFEBE. “O curso tem sido muito interessante e tem me ajudado a melhorar a conversação e convivência com meus clientes no dia a dia. Como somos muito curiosos, gostamos de aprender e queremos sempre mais compreender a gramática e como nos expressar corretamente”, confessa Karen. 

O projeto 
Tudo começou em 2015, quando a professora Anelede iniciou um projeto voluntário de português para estrangeiros. Tocada pelas histórias dos imigrantes que chegaram ao Brasil e buscavam por emprego, mas não conseguiam pela barreira linguística, Anelede deu início a um curso de curta duração. “Eles vinham à procura de aprender a falar português e poder começar a trabalhar, serem inseridos no mercado de trabalho e na sociedade. Eles precisavam matricular filhos na escola, ir ao médico, se comunicar no trabalho e, para isso, precisavam entender melhor o português.  A partir de então, eu fui trabalhando com esses imigrantes de forma voluntária”, explica. 

O número de participantes aumentava cada vez mais, já que, além do curso, Anelede auxiliava os imigrantes a serem inseridos no mercado de trabalho. “Agora consigo ajudá-los de forma integral, já que por meio da UNIFEBE eles serão certificados pelo MEC e poderão retirar o processo legal de permanência no Brasil”, enfatiza. 

O curso presencial tem carga horária de 60 horas e segue as diretrizes determinadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) de ensino da língua portuguesa para estrangeiros. Para a pró-reitora de Pós-Graduação, Pesquisa, Extensão e Cultura da UNIFEBE, professora Edinéia Pereira da Silva, a realização do projeto na instituição tem caráter humanitário e social. “A universidade deve ser esse ambiente de ensino e de acolhida. Iniciamos o projeto com a estimativa de atender 20 participantes, mas a procura foi tão alta que hoje a turma conta com 45 alunos. Sabemos do quanto o português pode ser transformador para esses imigrantes e, na qualidade de instituição de ensino superior, muito nos orgulha em contribuir para que essas pessoas sejam integradas na sociedade e busquem melhores condições de vida”, salienta. 

O curso é ministrado às sextas-feiras, das 18h às 22h, no campus Santa Terezinha e, para saber mais, basta entrar em contato com a UNIFEBE pelo telefone (47) 3211-7269.