Caminhoneiros brasileiros enfrentam longas jornadas, pressão por prazos e solidão, fatores que têm levado muitos ao adoecimento físico e psicológico. Pesquisa do Ministério Público do Trabalho (MPT) revela que mais de 56% trabalham entre 9 e 16 horas por dia e quase 25% ultrapassam 13 horas, muitas vezes sem o descanso previsto em lei.
A falta de locais adequados para paradas, insegurança nas estradas e a remuneração por comissão agravam a situação. Para suportar a rotina, quase 27% recorrem ao uso de drogas ou rebites para permanecer acordados.
Especialistas alertam que motoristas estão mais suscetíveis a ansiedade, depressão e estresse, o que aumenta o risco de acidentes. O procurador do Trabalho Paulo Douglas de Moraes chama o cenário de “apagão de motoristas”, já que os jovens têm evitado a profissão.
Atualizações na Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1) agora obrigam empresas a garantirem um ambiente psicologicamente saudável, incluindo a identificação de riscos psicossociais. Para médicos e pesquisadores, políticas públicas, melhores condições de descanso e segurança nas estradas são urgentes para proteger a saúde dos caminhoneiros e reduzir acidentes.