Morreu na noite da última sexta-feira (26) a bezerra que havia nascido com duas cabeças em uma propriedade rural de Belmonte, no Oeste de Santa Catarina. A informação foi confirmada no sábado (27) pelo professor Jackson Preuss, da Unoesc (Universidade do Oeste de SC), que acompanhava o caso de perto.
O animal nasceu na quinta-feira (25) com uma condição congênita rara, chamada diprosopia, que provoca a duplicação parcial da face. A bezerra possuía duas bocas e dois pares de olhos, característica que chamou a atenção de moradores da região e da comunidade acadêmica.
Segundo o dono da fazenda, o agricultor Vitorino Caglione, de 80 anos, foram feitas tentativas para ajudar o animal a se alimentar nos primeiros momentos de vida.
“A gente deu leite com um litro, mas ela tava meia fraca. Chupava com uma cabeça e com a outra se lambia com a língua”, contou Vitorino.
Diante da fragilidade do filhote, uma estudante de veterinária foi chamada para prestar os primeiros socorros e levou a bezerra até o centro de atendimento da Unoesc, em São Miguel do Oeste. Apesar dos cuidados, o animal não resistiu.
De acordo com o professor Preuss, a má-formação pode estar associada a fatores genéticos, ambientais, exposição a toxinas, vírus ou até deficiências nutricionais durante a gestação. Ele explica que o erro acontece ainda nas primeiras divisões do embrião, causando a duplicação da face.
“Por ser um caso raro, não é algo que tem sucesso naturalmente dentro das espécies. São extremamente raríssimos os casos de animais que conseguem permanecer com essa condição”, destacou.