O tráfico de drogas segue como um dos maiores desafios da segurança pública, especialmente porque, mesmo com prisões constantes, o consumo mantém o mercado aquecido e garante a rápida substituição de vendedores. A análise foi feita pelo delegado regional Fernando de Faveri em entrevista ao vivo na manhã desta quarta-feira (1), no programa Rádio Revista Cidade.
Segundo ele, a complexidade do problema está na forma como a droga se enraizou na sociedade. “Há uma dificuldade muito grande com relação à droga porque é um assunto que foi interiorizado, enquanto tem consumo tem venda e o consumo sempre haverá.” Essa realidade, reforçou, exige medidas mais eficazes e de longo prazo.
Uma das saídas apontadas por De Faveri é a intensificação das apreensões patrimoniais, como veículos e valores em dinheiro. “Então me parece muito pouco eficaz a prisão em flagrante em si do traficante sem nenhum tipo de confisco de bem.” Ele citou casos recentes em que carros de luxo foram tomados pela Justiça, além de iniciativas em outras cidades que já atingem imóveis ligados ao crime organizado.
Para o delegado, retirar os lucros do tráfico é mais efetivo do que apenas aumentar o número de detenções. “Não, eu acho que de imediato tem que ser feito isso, é confiscar bem.” Dessa forma, mesmo que o criminoso volte a responder em liberdade, não teria mais acesso aos recursos adquiridos de forma ilegal.
O delegado ressaltou que essa mudança de postura já vem sendo colocada em prática e deve se consolidar como prioridade, tornando o combate ao tráfico não apenas policial, mas também econômico. Para ele, só assim será possível enfraquecer de fato o crime organizado.