A Secretaria de Saúde de Brusque vive um momento de arrumação interna para atravessar o fim do ano sem sobressaltos e, ao mesmo tempo, reduzir a espera por exames. Em entrevista ao Rádio Revista Cidade, na manhã desta terça-feira (7), o secretário de Saúde de Brusque, Ricardo Alexandre Freitas, explicou que a reorganização do orçamento e a revisão de contratos permitiram enxergar com precisão onde o dinheiro público é aplicado — passo essencial para atacar as filas e priorizar casos mais urgentes. Só depois de contextualizar os ajustes, ele citou o cenário político-orçamentário e a estratégia para os próximos meses.
No centro do debate está o orçamento — e a forma de gastá-lo. Segundo o secretário, o foco é responsabilidade fiscal, sem paralisar serviços. “austeridade significa que a gente vai gastar com cautela, com respeito ao dinheiro público”, afirmou, ao relembrar que muitas verbas entram na Secretaria como repasses para hospitais e, por isso, “consomem” o espaço orçamentário, ainda que não aumentem a disponibilidade de caixa para outras áreas.
Para desafogar a fila de exames laboratoriais, a Saúde prepara um reforço específico. “o que a gente prevê é um aporte de um milhão de reais pra exame de laboratório até o final do ano”, disse. Ele reconheceu que a espera atual gira em torno de cinco meses e classificou o prazo como “absurdo”, mas vê espaço para redução significativa quando o crédito extraordinário e as novas regras estiverem operando em conjunto.
Uma das mudanças estruturais é a adoção de protocolo para solicitação de exames, com limite técnico e necessidade de justificativa quando houver pedidos acima do padrão. Não se trata de travar a assistência, ressaltou Alexandre: “Não estamos coibindo o colega médico de pedir exames.” A ideia é equilibrar o sistema, evitando excessos em casos eletivos para que situações crônicas e graves tenham prioridade no fluxo.
Com o orçamento mapeado e o protocolo em vigor, a projeção é de queda gradual do tempo de espera nas próximas semanas, antes de um planejamento anual mais robusto em 2026. “Eu acredito que a partir de fevereiro, março, já vai estar equalizado”, estimou. Paralelamente, seguem frentes como manutenção e reformas em unidades (com prioridade para Nova Trento, Dom Joaquim e Bateias), além do ajuste no transporte de pacientes (“Uber da Saúde”) e a repaginação da telemedicina para um modelo de médico-para-médico, a fim de reduzir encaminhamentos desnecessários.
Por fim, Freitas lembrou que cirurgias são reguladas pelo Estado e, por isso, parte das queixas do público esbarra em um fluxo que não depende só do município. Exames pré-operatórios básicos podem ser providos pela rede local, mas a autorização do procedimento e a marcação entram na Lista de Espera SUS estadual. A expectativa é que emendas parlamentares previstas até meados do ano que vem ajudem a ampliar consultas, imagens e laboratoriais, acelerando a transição para um cenário “mais administrável” na saúde municipal.




